Dados do Trabalho


Título

Uso do Ultrassom pelo Enfermeiro para Avaliação de Retenção Urinária Pós- Operatório: Relato de Experiência

Introdução

A Retenção Urinária tem como definição uma incapacidade de eliminar a urina acumulada na bexiga de forma espontânea, parcial ou total. Ela pode ocorrer de forma aguda ou crônica, sendo que na crônica o paciente pode não apresentar dor e pode haver escape de urina devido a um extravasamento, além de que pode vir a comprometer o trato urinário superior, o que a torna mais grave. É de responsabilidade de o enfermeiro identificar, avaliar, descrever suas características definidoras, fatores relacionados e desenvolver as intervenções de enfermagem para obter um resultado satisfatório. Entre as intervenções de enfermagem mais comuns relacionadas ao tratamento da retenção urinária encontra-se o cateterismo vesical. O cateterismo vesical é um procedimento invasivo e privativo do enfermeiro, que requer conhecimento técnico-científico para que possa ser realizado. Mais recentemente, a avaliação do volume urinário por meio do ultrassom vem sendo testada, mostrando-se como um método útil para a detecção de retenção urinária à beira do leito e evitando o cateterismo vesical, o que pode comprometer a segurança do paciente e expondo-o a procedimento invasivo sem necessidade.

Objetivo

Descrever a experiência da utilização do aparelho de ultrassom pelo enfermeiro para avaliação de Retenção Urinária no Pós-Operatório.

Método

Trata-se de estudo descritivo de relato de experiência, realizado em uma instituição privada no primeiro semestre de 2023.

Discussão e Conclusões

Neste estudo, para a implementação do exame físico de enfermagem utilizando o uso do ultrassom na bexiga, aplicou-se uma simulação realística com os enfermeiros do Centro Cirúrgico para avaliação clínica de retenção urinária. Considerou-se através do estudo in loco, o crivo para cateterismo vesical após o uso de ultrassom com volume urinário >200ml. O exame é realizado com o transdutor convexo posicionado na região suprapúbica, com dois cortes (plano transversal e sagital). Sendo D= diâmetro, o aparelho de ultrassom captura a imagem e calcula o volume a partir dos diâmetros capturados em D1+D2+D3, transformando-os em volume urinário. Os pacientes selecionados no estudo foram elencados nas cirurgias com raquianestesia: artroscopia de joelho, fratura de tornozelo, hemorroidectomia, cisto sacral e varizes bilateral. O uso dessa tecnologia contribuiu para que o enfermeiro estabelecesse um diagnóstico de retenção urinária no pós-operatório mais assertivo, diminuindo o caráter subjetivo da avaliação pelo exame físico que pode ocasionar procedimentos invasivos desnecessários e assim melhorar o planejamento da assistência de enfermagem prestada ao paciente de forma segura e com qualidade.

Conclusões

Os enfermeiros identificaram retenção urinária em 11 pacientes. A incidência de retenção urinária foi maior quando empregado o uso do ultrassom no diagnóstico. O exame de ultrassom à beira do leito, realizado por enfermeiros, mostrou-se preciso em estimar o volume urinário quando comparado ao volume obtido a partir do cateterismo vesical. Além disso, volumes maiores de urina estimados pelo ultrassom ≥ 200mL têm maior relação com a identificação de retenção urinária por enfermeiros a partir da palpação de distensão vesical, especialmente naqueles em que existe um fator de risco conhecido e esteja presente.

Palavras-chaves

Enfermagem Perioperatória; Retenção urinária; Ultrassonografia.

Referências

Carnaval BM, Teixeira AM, Carvalho R de. Uso do ultrassom portátil para detecção de retenção urinária por enfermeiros na recuperação anestésica. Rev SOBECC 2019Jul; 24(2):91-8. DOI: https://doi.org/10.5327/Z1414-4425201900020007

Área

Recuperação Pós-Anestésica

Categoria

Enfoque na prática

Autores

Anderson de Souza, Juliana Alcântara Alves, Paulo Rogério de Lima, Ricardo de Abreu Macedo, Patrícia Borges da Costa, Clayton Rodrigues da Silva, Ricardo Cezar de Oliveira