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Dados do Trabalho


Título

Cancelamento de cirurgias eletivas em um hospital de alta complexidade.

Introdução

INTRODUÇÃO: O cancelamento cirúrgico constitui um indicador no processo de avaliação da qualidade da assistência hospitalar, apontando falha de planejamento administrativo da unidade de centro cirúrgico (Perroca, Jericó, Facundin, 2007; Pinheiro, 2017; Santos, Polgrossi, dos Santos Maia, 2018).

Objetivo

Avaliar as causas do cancelamento de cirurgias eletivas.

Método

Estudo quantitativo, descritivo, retrospectivo, realizado em um hospital público de grande porte, de alta complexidade, na região de São Paulo. A população
foi constituída por 620 cirurgias eletivas canceladas em 2020 e 2021. A análise dos dados foi realizada através de estatística descritiva. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética, sob Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) 51731521.5.0000.0082, e a coleta dos dados foi realizada por meio do banco de dados eletrônico dos hospitais de março a maio de 2022.

Resultados

Foram analisados 620 prontuários eletrônicos de pacientes que tiveram suas cirurgias canceladas no ano de 2020 e 2021. Predominou pacientes do sexo masculino (338; 54,5%); com relação as idades observaram-se uma média/mediana de 50,6/57 anos, ± menor 1/104 anos e desvio padrão, 22,896. Da situação conjugal, 256 (41,2%) sem companheiro; a escolaridade evidenciou 163 (26,3%) pessoas sem estudo ou até o ensino fundamental incompleto, 81 (13,1%) com ensino fundamental completo e 43 (6,9%) com ensino médio completo/incompleto e superior. Das especialidades, as maiores frequências foram ortopedia (197;31,8%), urologia (75; 12,1%), vascular (71; 11,4%) e cirurgia geral (66; 10,7%). Dos períodos cancelamento, predominou o período matutino (500; 80,8%), tarde com 115 (18,6%) e um noturno (0,2%). Dos 319 (53,2%) cancelamentos relacionados aos pacientes, 244 (76,4%) foram por impossibilidade clínica, 43 (13,5%) por motivos não relatados, 19 (5,9%) por falta de jejum e 13 (4,1%) por não comparecimento do paciente. Das 217 (36,2%) causas institucionais, 44 (20,3%) destacaram-se a falta de material, 33 (15,2%) foi por vaga zero/sala operatória destinada a cirurgia de emergência, 27 (12,4%) foi por falta de leito e 22(10,1%) por material inadequado. Por motivos médicos verificou-se 63 (10,5%) cancelamentos, 32 (50,1%) a pedido da equipe médica e 31 (49,2%) por mudança de conduta.

Conclusões

Conclui se que é primordial estabelecer estratégias objetivando minimizar o número de cirurgias canceladas, visando uma assistência sem prejuízo aos pacientes a aos recursos materiais e humanos da instituição de saúde.

Palavras-chaves

Enfermagem perioperatória, Centro Cirúrgico Administração hospitalar, Organização e administração, Cirurgias eletivas.

Referências

Pinheiro SL. Taxa de cancelamento cirúrgico: indicador de qualidade em hospital universitário público. REME rev. min. Enferm. 2017;21.
Perroca MG, Jericó MC, Facundin SD. Surgery cancelling at a teaching hospital: implications for cost management. Rev Lat-Am Enferm. 2007;15(5):1018-1024.
Santos CCA, Polgrossi JEF, dos Santos M, Faustino L. Estresse do paciente frente ao cancelamento do procedimento cirúrgico. Revista Remecs-Revista Multidisciplinar de Estudos Científicos em Saúde. 2018;3(4):12-20.

Área

Gestão

Categoria

Enfoque científico

Autores

Simone Garcia Lopes, Myrna Sas dos Santos, Daiane Anunciação Nobrega, Rosangela Filipini, Lucas da Cruz GOMES, Marina Sousa dos Santos, Fernanda Nunes da Silva