Dados do Trabalho

Título

INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO EM CIRURGIA CARDÍACA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Introdução

A infecção de sítio cirúrgico (ISC) em cirurgia cardíaca é um importante preditor da morbimortalidade e desfechos negativos no pós-operatório, sendo a principal causa de morte não relacionada a doença de base após a realização de cirurgia cardíaca1. As doenças cardíacas se referem a um número de condições clínicas, com alta prevalência de complicações incluindo alto índice de mortalidade. Apesar dos avanços terapêuticos, em muitos casos as cirurgias cardíacas são essenciais para as chances de sobrevivência e a manutenção da qualidade de vida do paciente2,3.

Objetivo

Identificar o perfil epidemiológico dos pacientes submetidos a cirurgias cardíaca e as principais comorbidades e fatores de risco para o desenvolvimento de ISC

Método

Trata-se de uma revisão sistemática de literatura, sem metanálise, através de busca na biblioteca virtual em saúde (BVS) e PubMed por meio das bases: Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Biblioteca Eletrônica Científica Online (SCIELO), com intuito de responder a seguinte pergunta norteadora: Qual o perfil dos pacientes submetidos a cirurgia cardíaca e quais fatores estão associados a Infecção do Sítio Cirúrgico?Para a busca utilizou-se as seguintes palavras-chave cadastradas nos Descritores de Assunto em Ciências da Saúde (DECs), e de igual forma no MESH: Cirurgia Cardíaca, Ferida Operatória, Infecção de Ferida Operatória, Cuidados de Enfermagem, Infecção Hospitalar e seus equivalentes em inglês.

Resultados

24 artigos foram elegíveis para a revisão. Em todos os estudos a população era majoritariamente composta pelo sexo masculino, com idade entre 51 e 70 anos, submetidos à Cirurgia de Revascularização do Miocárdio (CRVM) de forma eletiva. As principais comorbidades apresentadas foram diabetes mellitus, hipertensão e obesidade. As taxas de ISC variaram entre 2,4% e 38,9%, com o principal patógeno identificado sendo o Staphylococcus aureus.

Conclusões

As principais comorbidades presentes nos pacientes que desenvolveram ISC foram diabetes, hipertensão, obesidade e tabagismo. Os fatores de risco foram sexo, idade e internação pré-operatória prolongada. Antibioticoprofilaxia, tricotomia, descolonização nasal e antissepsia adequada da pele foram as medidas profiláticas mais adotadas.

Palavras-chaves

Cirurgia cardíaca.; Ferida operatória; Infecção de ferida operatória; Cuidados de enfermagem; Infecção hospitalar.

Referências

1. Berríos-Torres SI, Umscheid CA, Bratzler DW, et al. Diretriz do Centro de Controle e Prevenção de Doenças para a Prevenção de Infecção do Site Cirúrgico, 2017. JAMA Surg. 2017; 152 (8): 784–91. doi: 10.1001 / jamasurg.2017.0904
2. Moreti NF, Ferrari KTRSH, do Carmo MAD. Caracterização De Cirurgias Cardíacas Realizadas Em Um Hospital De Uma Cidade No Interior De São Paulo, Período De 2015 A 2018. Unifunec Cient. Mult. [Internet]. 13º de fevereiro de 2019 [citado 03 de maio de 2021];7(9). Disponível em: https://seer.unifunec.edu.br/index.php/rfc/article/view/329
3. Santos AJ, Rodrigues DE, Andrade VLC, Martins GM, Rodrigues TE. Infecção de Sítio Cirúrgico em cirurgias cardíacas realizadas em um hospital filantrópico acreditado / Surgical Site Infection in cardiac surgery performed at an accredited philanthropic hospital. Brazilian Journal of Health Review. 2021 May 03;4(3):9635-46
4. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Nota técnica nº 02/2021

Área

Prevenção e Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde