Dados do Trabalho

Título

A visão do enfermeiro especialista sobre o uso do ureteroscópio flexível analógico e semi-descartável digital

Introdução

A inovação e avanço tecnológico no campo de cirurgias urológicas evoluíram durante as últimas décadas de forma a contribuir para o desenvolvimento de cirurgias minimamente invasivas, como por exemplo, o emprego da técnica para retirada de cálculos por ureterolitrotripsia endoscópica com utilização de ureteroscópios flexíveis.
A ureteroscopia flexível é um procedimento bem estabelecido para o manejo de cálculos renais e ureterais por possibilitar capturas de imagens, acesso entre o sistema coletor, boa irrigação e flexão/deflexão.
Por se tratar de um material com baixa durabilidade, alto custo e tempo de duração questionável, o uso de ureteroscópios flexíveis analógicos/digitais reprocessáveis necessita da aplicação de protocolos bem estabelecidos e seguros para diminuir a possibilidade de eventos no processo de esterilização, pois a quebra de um equipamento desses implica em demora para reposição e reparos onerosos. Além disso, é necessário ter mais de um equipamento para evitar interrupções cirúrgicas em eventuais impossibilidades do uso de um dos equipamentos.

Objetivo

Descrever o uso do ureteroscópio flexível analógico e do ureteroscópio flexível digital propondo assim uma possibilidade estratégica de redução de custos.

Método

Trata-se de uma pesquisa descritiva, retrospectiva, do tipo relato de experiência, realizada em um hospital localizado no Estado de São Paulo e referência em saúde do homem. No período de julho de 2020 a março de 2022, sobre uso do ureteroscópio flexível analógico permanente e o uso do ureteroscópio flexível digital semi-descartável. Os critérios de inclusão foram: procedimento de ureterolitotripsia flexível e procedimento de nefrolitotripsia percutânea. Foram avaliados os usos dos ureteroscópios, os procedimentos realizados (Ureterolitotripsia e NLP com técnica combinada), horas de uso do equipamento e o custo de cada procedimento.

Resultados

Foram avaliados 05 ureteroscópios flexíveis analógicos e 01 ureteroscópio flexível digital, os enfermeiros envolvidos desenvolveram um impresso para o acompanhamento dos materiais e contabilização da vida útil dos ureteroscópios. Foi observado que ureteroscópio flexível analógico permanente possui características mais robustas no seu design e aparentemente uma resistência nos seus componentes (material utilizado na lente, ponta distal e manopla flexão e deflexão). Os canais de trabalho possuem o mesmo diâmetro em ambos os equipamentos. No ureteroscópio flexível digital foi observada melhor angulação na flexão e deflexão, porém o peso do ureteroscópio flexível digital é inferior se comparado ao analógico. As imagens obtidas através do ureteroscópio flexível digital tem alta resolução em comparação com analógico. Por fim, é importante levar em consideração durante a escolha do equipamento que o ureteroscópio flexível analógico pode possuir maior durabilidade, mas se necessário reparo pode se tornar muito oneroso podendo inviabilizar o conserto. Enquanto o semi-descartável é adquirido já com vida útil pré-estabelecida pelo fabricante.

Conclusões

Neste estudo foi realizada a descrição do ureteroscópio flexível analógico e ureteroscópio flexível digital semipermanente. Foi evidenciado que o ureteroscópio flexível digital apresentou melhor custo-benefício devido ser um material com menor custo na aquisição e apresentou uma boa durabilidade, porém, outros estudos precisam ser feitos para comparações.

Palavras-chaves

Ureteroscopia, Análise de custos, Esterilização.

Referências

1. Ventimiglia E, Somani BK, Traxer O. Flexible ureteroscopy: reuse? Or is single use the new direction? Current Opinion in Urology. 2020 Mar;30(2):113-119. DOI: 10.1097/mou.0000000000000700. PMID: 31815748.

2. Mazzucchi, E., Marchini, G. S., Berto, F. C. G., Denstedt, J., Danilovic, A., Vicentini, F. C., ... & Nahas, W. C. (2022). Single-use flexible ureteroscopes: update and perspective in developing countries. A narrative review. Int Braz J Urol, 48, 456-67.


3. Sper, T., & Pey, N. (2021). Vantagens custo-efetivas da utilização de ureteroscópios flexíveis descartáveis em comparação com o uso de ureteroscópios flexíveis reprocessáveis. JBES: Brazilian Journal of Health Economics/Jornal Brasileiro de Economia da Saúde, 13(1).

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