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Dados do Trabalho


Título

Redisc, redução de infecção de sitio cirúrgico: um relato de experiência

Introdução

A infecção do sitio cirúrgico (ISC) é uma das principais infecções relacionadas à assistência, no Brasil ocupa a terceira posição entre todas as infecções em saúde. Estima-se que as ISC são passiveis de prevenção com medidas simples baseadas em evidências científicas e com isso diversos programas, estratégias e ferramentas foram desenvolvidas para manter o índice de ISC dentro do aceitável pelas autoridades sanitárias.

Objetivo

Relatar a experiência dos profissionais de enfermagem, do centro cirúrgico de um hospital de ensino do Rio Grande do Norte, na criação do projeto de redução de infecção do sitio cirúrgico, REDISC.

Método

Trata-se de um relato de experiência, ancorado na ciência da melhoria do IHI (Institute for Healthcare Improvement) através da criação do Bundes, com ciclos e rampas de PDSA (Plan, Do, Study and Act) que fornecem uma estrutura para o teste interativo de mudanças para melhorar a qualidade dos sistemas, entre janeiro de 2018 a outubro de 2019.

Resultados

A parceria entre o IHI e o hospital do estudo, permitiu a criação do Projeto REDISC que tinha como objetivo principal reduzir as taxas de ISC em 50%, de 6,6% para 3,3%, entre janeiro de 2018 a outubro de 2019, em cirurgias limpas. O REDISC permitiu a criação de um Bundles com cinco elementos o qual abordavam o banho pré operatório no momento oportuno, na noite anterior e no dia da cirurgia; administração do antibiótico antes da incisão cirúrgica; evitar tricotomia ou assegurar que a mesma seja realizada com aparelho de tricotomia e até duas horas antes da cirurgia; manter normotermia do paciente, com temperatura central maior ou igual 36°C; e manter a glicemia com valores menor ou igual a 180mg/dl. Várias medidas foram estabelecidas para o alcance do resultado principal tais como monitoramento criação do POP (Procedimento Operacional Padrão) para o banho no pré operatorio e para realização da tricotomia nas cirurgias, abolição dos usos de lâminas e aparelho de barbear na instituição, instalação de termostato nas salas de cirurgias e controle de temperatura e da glicemia do paciente na admissão no centro cirúrgico, no intra e pós operatório, de mudanças nas fichas de registro dos anestesistas e da enfermagem para melhoria dos registros e posterior coleta dos dados, além de reuniões e treinamentos com as equipes de cirurgia, enfermagem e anestesia. Entre o período analisado houve uma redução, na mediana, 6,6% para 5,7%, ficando abaixo de 4% nos últimos 4 meses analisados. Os desafios para garantir a implementação do REDISC foram diversos tais como falta de insumos, equipamento e de sensibilização dos profissionais para seguir e registrar de forma satisfatória as recomendações do Bundles e resistência para mudança cultura nos cuidados com o paciente.

Conclusões

A implementação sistemática do projeto REDISC permitiu criar, testar e implementar estratégias para impulsionar mudanças culturais para segurança dos pacientes, no período operatório, levando a redução da ISC e melhoria da assistência no centro cirúrgico. O engajamento dos profissionais de outros setores como: Central de Material e Esterilização, Unidade de Terapia Intensiva, Núcleo Interno de Regulação, a participação efetiva das chefias e governança institucional juntamente com o centro cirúrgico foram essências para o desenvolvimento do projeto. Mesmo com as limitações enfrentadas durante o período analisados como desabastecimento de insumos, baixo fluxo de cirurgia, falta e resistência dos profissionais.

Palavras-chaves

INFECÇÃO HOSPITALAR; SEGURANÇA DO PACIENTE; CENTROS CIRÚRGICOS

Referências

ANVISA. Medidas de prevenção de infecção relacionada à assistência à saúde. Brasília, DF: Anvisa, 2017. (Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde)
ASSOCIATION OF PERIOPERATIVE REGISTERED NURSES. Guidelines for perioperative practice, 2018 edition. Denver: AORN, 2018. 776p.
Martins, T. et al. Intervenções de enfermagem para reduzir infecção do sítio cirúrgico em cirurgias potencialmente contaminadas: revisão integrativa. ESTIMA, Braz. J. 18, 2020: e1220.

Área

Prevenção e Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde

Autores

Pedro Gilson Beserra da Silva, Thayse Minosa dos Santos Silva, Iara Alves Cortes de Lima, Maria de Lourdes Bezerra de Medeiros , Isabel Karolyne Fernandes Costa