Dados do Trabalho
Título
Otimização de fluxo de materiais consignados pelos enfermeiros do Centro de Material e Esterilização
Introdução
o Centro de Material e Esterilização (CME) é um setor destinado à limpeza, acondicionamento, esterilização e distribuição dos produtos para a saúde(1). A Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME) é uma área complexa, na qual envolve pacientes, equipe médica, enfermagem, fornecedores e hospitais(2). Um dos problemas na dinâmica de um hospital público de referência, é o déficit de recursos humanos (RH), ocasionando sobrecarga de trabalho e possíveis falhas, prejudicando a assistência prestada ao paciente(3).
Objetivo
Relatar o desenvolvimento de um fluxo de materiais de OPME, criado pelos enfermeiros do CME para otimização do processo de trabalho, diante da necessidade em realizar reposição e controle de materiais consignados.
Método
Relato de experiência de enfermeiros do CME de um hospital público de referência do interior do Estado de São Paulo.
Resultados
O setor de OPME trabalha em parceria com CME, sendo este o responsável pelo recebimento e preparo de todos os materiais cirurgicos de diversas especialidades como, ortopedia, neurocirurgia, otorrinolaringologia e cirurgia plástica.
A solicitação dos materiais para procedimentos eletivos, é realizada pela equipe médica com 48 horas de antecedência, diretamente ao setor de OPME, que após realizar a conferência da solicitação, encaminha a solicitação ao CME para início do processo de preparo do material.
Analisando o processo de trabalho da unidade ,identificou-se a necessidade em criar um fluxo para otimização dos materiais em consignação, a fim de melhorar as etapas do processo de recebimento, preparo até o encaminhamento ao centro cirúrgico (CC). Algumas empresas disponibilizam materiais que permanecem no CME para facilitar o processo, devido a alta rotatividade, entretanto, a instituição tem o fluxo padronizado para recebimento materiais consignados para todas as empresas. A entrada do material é registrada em ata contendo: identificação (tipo de material), checklist (quando disponível), nome do paciente e responsável pela entrega e recebimento. Todo material é encaminhado para o processo de limpeza conforme protocolo institucional, após, inicia-se a etapa de inspeção e conferência, durante o processo, ao identificar a necessidade de reposição de implantáveis, é realizada comunicação direta a OPME via grupo Whatsapp, solicitando os materiais para reposição da caixa. Os materiais de reposição são encaminhados pelo setor de OPME aos enfermeiros do CME que realizam a reposição das caixas, na falta de itens para reposição, as caixas cirúrgicas só serão esterilizadas após autorização do enfermeiro responsável pela OPME. Devido a alta rotatividade de cirurgias e falta de tempo hábil para reposição por parte dos fornecedores, foi adotado um critério de identificação com etiquetas que sinalizam que a caixa está incompleta, melhorando a comunicação com a equipe médica, reduzindo cancelamento de cirurgias, número de processos de esterilização e consequentemente os custos.
A montagem das mesas com material consignado é realizada no plantão noturno, onde é realizada nova conferência pelo enfermeiro plantonista noturno e uma cópia da solicitação de consignados é anexada junto ao material para facilitar a sua conferência pelo circulante e equipe médica no CC. Todo processo é registrado em ata de passagem de plantão específica para materiais consignados para controle da unidade.
Conclusões
Houve diminuição de falhas no processo de materiais consignados, melhorando a comunicação entre os respectivos setores. Destaca-se a importância da gestão de enfermagem do CME, impactando diretamente na qualidade e segurança do paciente cirúrgico.
Palavras-chaves
Armazenamento de Materiais; Técnicas de planejamento; Órteses e Próteses.
Referências
1. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria, 403 de 07 de maio de 2015. Disciplina a aquisição, o recebimento, a utilização e o controle de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME) pelas Unidades Hospitalares subordinadas à Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde( SAS/MS) . Página 72 da Seção 1 do Diário Oficial da União (DOU) de 13 de Julho de 2015.
2. Silva CIF, Ballardin RA. Fluxo logístico das órteses e materiais especiais em um hospital militar: da aquisição à aplicação no paciente. v. 1 n. 1: Textos para Discussão. 2020. Disponível em: https://periodicos.unis.edu.br/index.
php/textos/paradiscuss/ao/article/view/364. Acesso em: 10 mai. 2022.
3. Morici MC, Queiroz AC. A gestão de recursos humanos em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) e sua relação ao modelo de assistência: um estudo em hospitais de Belo Horizonte, Minas Gerais. Revista de Administração Pública [online]. 2013, v. 47, n. 1, pp. 205-225. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0034-76122013000100009. Acesso em: 10 mai. 2022.
Área
OPME
Categoria
Enfoque na prática
Autores
PRISCILA Eburneo Laposta Spadotto, Anna Caroline Rodrigues, Juliana Almeida Carvalho Walravens, Naiara Savio, Fabiana Tomé Ramos, Darlene Bravim Cerqueira, Ricardo Eugênio Maranzatto