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Dados do Trabalho


Título

Processamento de produtos para saúde e o impacto para segurança do paciente: revisão integrativa

Introdução

: Prestar uma assistência de qualidade e livre de danos é meta dos estabelecimentos de saúde. Essa qualidade inclui a segurança cirúrgica que é uma preocupação global com estratégias da Organização Mundial de Saúde para a excelência do cuidado1. O cuidado seguro é inerente à fatores diretamente ligados aos profissionais da área da saúde, dentre esses, o fluxo do Processamento dos Produtos para Saúde (PPS) desde a recepção dos produtos, até o acondicionamento e distribuição para as áreas afins2. A ineficiência desses processos pode resultar em exposição a microrganismos e risco de infecção3. Frente ao exposto, questionamos: Quais os fatores que interferem na qualidade do PPS e podem comprometer a segurança do paciente?

Objetivo

Identificar fatores descritos na literatura que comprometem o PPS resultando em impacto na segurança do paciente.

Método

Revisão integrativa, realizada em abril e maio de 2022, na Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) por meio dos Descritores em Ciências da Saúde (DESC), Centro de Esterilização, Enfermagem, Esterilização e Segurança do paciente. A busca avançada foi realizada com o operador booleano “AND”. Foram incluídos artigos científicos publicados entre 2017 e 2022, nas línguas portuguesa e inglesa e excluídas monografias, dissertações e teses. Iniciamos a seleção com a leitura do título dos artigos encontrados, posteriormente o resumo e a leitura na integra dos que respondiam ao objetivo.

Resultados

Foram encontrados oito artigos que respondiam à questão, sendo três publicações em 2017, duas publicações para os anos 2019 e 2021 e uma em 2018. Somente um artigo em idioma de língua inglesa e os demais em língua portuguesa. As evidências científicas apresentaram fragilidades que comprometem o PPS como: 1) Uso de técnicas inadequadas no PPS: pré-limpeza, limpeza, enxague, empacotamento, esterilização e armazenamento, 2) Uso de soluções químicas incompatíveis com as recomendadas pelas normas reguladoras, 3) Inadequação da estrutura física da sala de guarda de material esterilizado: alta umidade e temperatura, iluminação inadequada, exposição a luz solar e tubulações expostas, 4) Guarda conjunta de materiais esterilizados com os não esterilizados, 5) Armazenamento de material esterilizado em armários sem portas, ou com elas abertas; 6) Ausência de barreira física no fluxo dos produtos não esterilizados, 7) Tempo de imersão, em produto químico, excedente ao recomendado pelo fabricante, 9) Falta insumos para a execução do trabalho, 10) Número insuficiente de profissionais, 11) Equipamentos automatizados insuficientes e/ou com defeitos, 12) Inadequação no tratamento da água em uso, 13) Falta de registros de manutenção preventiva dos equipamentos, 14) Desconhecimento, da equipe, dos indicadores de validação da esterilização, 15) Ausência de monitoramento do enfermeiro no PPS, 16) Falta de capacitação da equipe.

Conclusões

As fragilidades encontradas no PPS podem comprometer a segurança cirúrgica. Destacamos que a falha na execução dos protocolos operacionais padrão, a falta de capacitação da equipe e a ausência do monitoramento do enfermeiro em todas as etapas comprometem o PPS. A atuação proativa do enfermeiro em todas as etapas desse processo, a educação permanente da equipe e uma gestão qualificada contribuirão para a qualidade do PPS e para a segurança cirúrgica.

Palavras-chaves

Centro de esterilização; Enfermagem; Esterilização; Segurança do paciente.

Referências

1- World Health Organization. Guidelines for safe surgery 2009: safe surgery saves lives: the second global patient safety challenge. Genebra: WHO, 2009. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/70080/WHO_IER_PSP_2008.07_eng.pdf?sequence=1
2- Araujo GMD, Reisdorfer N, Silva LAAD, Soder RM, Santos AMD. Segurança do usuário: cuidados com o processamento de artigos críticos na atenção básica. Rev. enferm. UFPE on line, 2017; 11(supl 10): 4096-4102. DOI: 10.5205/reuol.10712-95194-3-SM.1110sup201712
3- Silva GWS, Farias IP, Almeida TG, Novaes MA, Neves GBC, Vasconcelos EL, Pereira EBF, Macedo JKSS. Monitoramento e rastreabilidade de artigos esterilizados no bloco operatório. Rev. enferm. UFPE on line, 2019;13(4):1064-1070. DOI:https://doi.org/10.5205/1981-8963-v13i04a238636p1064-1070-2019

Área

Segurança do paciente

Autores

luciene Apolinário de Araújo, Katiulcy Carvalho Oliveira, Cintia Pereira Reis, Lara Santiago Tavares Borges, Nayara Barbosa Ferreira, Adenicia Custódia Silva e Souza, Vanessa da Silva Carvalho Vila