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Dados do Trabalho


Título

Fumaça cirúrgica: o que o trabalhador em centro cirúrgico precisa saber?

Introdução

Sabe-se que na sala cirúrgica a equipe multiprofissional tem contato intenso com as tecnologias em saúde nos procedimentos. Entretanto, o uso de alguns desses equipamentos, a exemplo do bisturi elétrico (BE), gera vapor e fumaça, os quais possuem aproximadamente 600 compostos, todos eles com potencial cancerígeno, que podem gerar riscos químicos prejudiciais para a saúde dos profissionais que exercem suas atividades laborais no Centro Cirúrgico (CC). O tema proposto mostra-se pouco trabalhado no âmbito nacional, o que justifica a produção de pesquisas para guiar a elaboração de protocolos com finalidade de prevenção dos riscos, com direcionamento aos agravos que podem ser provocados pela fumaça cirúrgica aos trabalhadores nos serviços de CC.

Objetivo

Verificar os principais riscos, agravos à saúde do trabalhador em centro cirúrgico e medidas preventivas adotadas relacionadas à inalação da fumaça cirúrgica.

Método

Trata-se de um estudo de revisão sistemática que tomou como referência as diretrizes do protocolo PRISMA. Como critérios de inclusão foram considerados estudos quase experimentais e observacionais tipo: coortes retrospectivos e prospectivos, caso-controle e transversais que verificaram os principais agravos à saúde do trabalhador, recorrente à inalação da fumaça cirúrgica, gerada pelo bisturi elétrico. Foram excluídos artigos que abordavam, como aporte teórico, os riscos biológicos gerados pela fumaça cirúrgica.

Resultados

Após leitura completa dos artigos selecionados, aplicação dos critérios de inclusão e avaliação do risco de viés metodológico, foram eleitos oito artigos, que compuseram amostra deste estudo. Esses além de reafirmarem os agravos a saúde dos trabalhadores, relacionados a inalação da fumaça cirúrgica, tais como doenças respiratórias, destacam que a fumaça contém mais de 150 produtos químicos perigosos e células cancerígenas e mutagênicas que podem levar ao desenvolvimento de doenças ocupacionais dos trabalhadores de CC. Também teve destaque os questionamentos quanto ao conhecimento e comportamento dos profissionais de saúde que atuam em CC, relacionado aos riscos e consequências causados pela fumaça cirúrgica. Quando se retrata sobre o uso de EPIs, tais como a máscara N95 e EPCs que são exaustores, que podem minimizar os riscos, nas salas de operações (SO), os estudos apontaram que os serviços hospitalares negligenciam a adesão dos equipamentos de proteção coletiva e individual, primordiais para a redução de danos causados pela fumaça cirúrgica

Conclusões

pôde ser verificado, a partir das análises dos estudos que compuseram amostra desta pesquisa, que a fumaça cirúrgica, produzida pelo bisturi elétrico, pode causar danos à saúde dos trabalhadores de centros cirúrgicos, devido ao tempo de exposição, número de procedimentos cirúrgicos, pouco conhecimentos por parte dos trabalhadores sobre os riscos inerentes a inalação da fumaça cirúrgica, além da falta de exaustores específicos que diminuem a propagação da aerossolização da fumaça nas SO.

Palavras-chaves

Fumaça. Segurança. Saúde do Trabalhador. Centro Cirúrgico

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Área

Saúde do Trabalhador

Autores

Luiz Felipe Santos dos Santos, Mary Gomes Silva, Alexsandro Tartaglia, Cristiane Purificação Oliveira