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Dados do Trabalho


Título

Um panorama do ensino da ciência da esterilização em Faculdades de Enfermagem do Brasil

Introdução

A enfermagem que atua na ciência da esterilização no Brasil é reconhecida por sua excelência e desenvolvimento técnico e científico. Responsável por produzir grande parte da literatura científica nacional e está na vanguarda nas pós-graduações lato e stricto sensu no continente. Historicamente ocupou espaço nas CMEs e tornou-se competente para tal.
A formação deste enfermeiro inicia-se na graduação e completa-se na pós-graduação. No entanto, o ensino da ciência da esterilização durante a formação inicial dos enfermeiros foi se enfraquecendo ao longo dos anos. Os espaços nos currículos diminuíram e ainda não foram definidas as bases curriculares mínimas que pautem o que alunos devem aprender.

Objetivo

Compreender a formação profissional do enfermeiro no que se refere à ciência da esterilização.

Método

Para desenvolvimento da pesquisa foram avaliados currículos de 28 cursos de graduação em Enfermagem, sendo escolhida uma instituição de ensino superior em cada estado do Brasil. Foram entrevistados 7 professores, ao menos um de cada região e também 18 alunos de 14 cursos superiores diferentes. Os dados foram coletados entre janeiro e maio de 2022. A análise dos dados deu-se a partir de estatística descritiva e análise de conteúdo, proposto por L. Bardin. Pesquisa aprovada por parecer número 5.110.969 do Comitê de Ética em Pesquisa

Resultados

A análise dos currículos dos cursos de graduação em enfermagem demonstrou que o conteúdo está majoritariamente inserido na disciplina de centro cirúrgico. A metodologia utilizada é predominantemente de aulas expositivas com carga horária prática efetuada através de visitas técnicas. Observa-se uma média de 30 horas de carga horária disponível e pouca notoriedade nos currículos. Um dado alarmante é que em 7% dos cursos de graduação analisados, a temática sequer era abordada.
Para os alunos, o conhecimento é importantíssimo para a formação profissional, mas grandes dificuldades na apreensão do conhecimento pela baixa carga horária, campos de estágio deficientes e dificuldades de correlação da teoria com a prática. Observam que as visitas técnicas não permitem a exploração do campo e apropriação do conhecimento. Relatam dificuldade em observar o papel do enfermeiro do CME. Acreditam que professores com experiência na área e apropriação deste saber fazem toda a diferença para a aprendizagem e avaliação da CME como uma possibilidade de campo de especialização.
Professores têm se reinventado para adequar o conteúdo ao novo perfil tecnológico dos alunos. Utilizam metodologias ativas, estimulam atividades criativas como o desenvolvimento de conteúdos educacionais digitais, confecção de maquetes e júri simulados. Acreditam que os casos clínicos enriquecem o aprendizado. Referencial teórico atualizado norteia o desenvolvimento da disciplina. A desvalorização do conteúdo dentro do currículo chama atenção e, junto com a carga horária reduzida, são as principais limitações em seu trabalho. Tem uma percepção sombria sobre o futuro da disciplina pela aposentadoria sem reposição de professores experientes e campos de estágio deficitários.

Conclusões

Os desafios são hercúleos. Precisamos determinar um conteúdo mínimo sobre reprocessamento de artigos nos cursos de graduação em enfermagem. Lutar por carga horária adequada, campos de estágio de qualidade, contratação de professores capacitados e oportunizar que o estágio prático seja realmente uma fonte de apropriação do conhecimento são o caminho para avançarmos e nos mantermos competentes e fortalecidos perante os novos combates que surgem.

Palavras-chaves

Pesquisa de educação de enfermagem; Esterilização; Programas de graduação em enfermagem;

Referências

Lucon SMR, Braccialli LAD, Pirolo SM, Munhoz CC. Formação do enfermeiro para atuar na central de esterilização. Rev SOBECC [Internet]. 9º de junho de 2017 [citado 12º de maio de 2022];22(2):90-7. Disponível em: https://revista.sobecc.org.br/sobecc/article/view/174

Frota MA, Wermelinger MC de MW, Vieira LJE de S, Ximenes Neto FRG, Queiroz RSM, Amorim RF de. Mapeando a formação do enfermeiro no Brasil: desafios para atuação em cenários complexos e globalizados. Ciência & Saúde Coletiva. 2020 Jan;25(1):25–35

Freire P. Professora sim, tia não : cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho D’água; 2010

Área

Inovações em educação

Autores

Thais Falcão Pereira Frias, Ana Carolina Carius