Dados do Trabalho
Título
ROUND CIRÚRGICO COMO FERRAMENTA TRANSDISCIPLINAR ORGANIZADORA E NORTEADORA PARA O PROCESSO DE TRABALHO NO CME.
Introdução
A escala cirúrgica é um instrumento utilizado diariamente para a realização de agendamentos cirúrgicos, sendo dentro da gestão do centro cirúrgico (CC), o nível operacional de fundamental importância na organização e eficiência do CC¹. A partir do agendamento cirúrgico, as instituições criam internamente dinâmicas que favorecem a comunicação entre as equipes interdisciplinares, intitulados “round cirúrgico” ou “bate mapa”, ferramenta que possibilita a interação dos membros envolvidos no processo².
Objetivo
Relatar a experiência do round cirúrgico, alinhando a escala cirúrgica com a entrega pelo Centro de Materiais e Esterilização (CME) e os outros setores de apoio, dos materiais, insumos e equipamentos utilizados em cada procedimento cirúrgico.
Método
Relato de experiência em um complexo hospitalar de grande porte do interior do Rio Grande do Sul, no qual os rounds cirúrgicos transdisciplinares acontecem diariamente, com base na escala cirúrgica gerenciada pelo setor de agendamento cirúrgico.
Resultados
O round transdisciplinar acontece no dia anterior aos procedimentos eletivos, as 10:00AM é disparada uma escala a todos os participantes para que revisem os detalhes relacionados ao seu processo e organizem as dúvidas, se houverem, em seguida, as 11:00AM, ocorre a reunião com a participação de representantes dos setores envolvidos no processo: Agendamento Cirúrgico, Pré-checkin, CME, CC, Centro Obstétrico (CO), Farmácia, Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME), Engenharia Clínica. Nesse momento são repassados todos os procedimentos agendados e cada participante faz suas considerações já definidas internamente provocando o consenso do grupo em questionamentos a serem definidos em conjunto e/ou solicita esclarecimentos pertinentes para tomada de decisão. Todos os materiais e equipamentos que serão disponibilizados para os procedimentos agendados são determinados e previstos pelo enfermeiro, assim como os reprocessos necessários, respeitando o tempo definido nos contratos de interação de processos. A partir das definições iniciam as preparações da escala do dia seguinte, quando o enfermeiro do CME prepara a composição dos kits cirúrgicos de acordo ao previsto no round e elabora um compilado destas informações que intitulamos “escala de prioridades”, uma forma de visualizar o todo a fim de melhorar a dinâmica do trabalho e facilitar a tomada de decisão em relação a inclusão de acréscimos de procedimentos em caráter de urgência e emergência. O segundo round acontece no CME, envolvendo o enfermeiro do CME e os colaboradores escalados nos arsenais, quando as informações compiladas com foco nas combinações e prioridades são ressaltadas a fim de situar todos de forma rápida e perene. Por fim, no dia seguinte, acontecem três rounds internos sucessivamente no CME, em cada passagem de plantão das equipes dos turnos da noite para manhã, da manhã para tarde e da tarde para noite, alinhando os procedimentos que serão realizados nos horários que contemplam a atuação dessas equipes.
Conclusões
A experiência demonstra que a utilização desta ferramenta transdisciplinar, viabiliza um atendimento personalizado para cada procedimento, com o cuidado necessário para que a equipe envolvida e o paciente tenham a segurança em receber materiais e insumos em tempo correto, evitando atrasos e cancelamentos dos procedimentos agendados. Tal ferramenta é apoio no atendimento cirúrgico, tendo o paciente como o centro de toda a comunicação envolvida no processo.
Palavras-chaves
Equipe de enfermagem; Esterilização; Comunicação
Referências
1. Castro RF, Zacchi ML, Duarte ALCM, Sanches LM. Agendamento em centros cirúrgicos: uma solução baseada na teoria da corrente crítica. Revista de Administração Hospitalar e Inovação em Saúde Vol. 18, 2021 e-ISSN: 2177- 2754 DOI: https://doi.org/10.21450/rahis.v18i5.7124
2. Guzinski C, Lopes ANM, Flor J, Migliavaca J, Tortato C, Pai DD. Boas práticas para comunicação efetiva: a experiência do round interdisciplinar em cirurgia ortopédica. Rev. Gaúcha Enferm. 40 (spe) 2019 https://doi.org/10.1590/1983-1447.2019.20180353.
Área
Gestão
Categoria
Enfoque na prática
Autores
KAREN DE ABREU BRAIDA, LUCIANO LEMOS DORO, CLÁUDIA PEREIRA DOS SANTOS, CRISTIANE FABÍOLA RIBEIRO VIEIRA, ANGELITA PAGANIN COSTANZI