Pixel geral RV Eventos

Dados do Trabalho


Título

Objetos esquecidos: Falha na contagem cirúrgica

Introdução

Em 2004 a Organização Mundial da Saúde (OMS) criou a campanha Cirurgias Seguras Salvam Vidas e tem uma das abordagens o processo de contagem cirúrgica para auxiliar na prevenção de retenção de itens cirúrgicos em todas as cirur¬gias de forma manual, utilizando formulários padronizados, com responsabilidade multiprofissional, com a enfermagem na liderança e a institui¬ção hospitalar dando o suporte para que este processo ocorra de forma adequada e de baixo custo. A contagem de instrumentais deve ter início na CME, seguindo a conferência antes de iniciar, no término da cirurgia e também durante o procedimento, caso aconteça adições ou retiradas e precisam ser anotados. É um procedimento que independe do tipo de cirurgia e geralmente é realizada pelo ins¬trumentador e circulante de sala. De acordo com o Relatório Nacional de Incidentes Relacionados à Assistência à Saúde, no período de janeiro de 2014 a julho de 2017, dos 134.501 incidentes notificados, 66 foram decorrentes de Retenção não Intencional de Objetos no Paciente após Cirurgia resultando em sequelas aos pacientes, incluindo infecção do sítio cirúrgico (ISC), reoperação para remoção, ocorrência de fístulas, obstruções, perfuração intestinal e, inclusive, óbitos. O cirurgião deve ser acionado em ocorrências de contagem. Se persistir dúvidas, solicitar a realização de raio X simples ou radioscopia da cavidade, ainda na sala operatória, e, se ainda houver discrepâncias, o cirurgião deverá reabrir a cavidade à procura do objeto investigado. Qualquer atitude da equipe deve ser documentada e registrada.

Objetivo

Refletir sobre a importância da contagem cirúrgica a fim de evitar materiais esquecidos nos pacientes.

Método

Trata-se de uma revisão de literatura, elaborado a partir da leitura crítica de publicação científica e manual sobre a contagem de instrumentais cirúrgicos a partir de 2020 até 2022. O critério de inclusão foi contagem de instrumentais em sala cirúrgica; e foram excluídas buscas relacionadas a contagem de gazes, compressas e perfurocortantes.

Resultados

O estudo de contagem dos instrumentais cirúrgicos antes, durante e depois do procedimento cirúrgico ajuda a entender e evitar as falhas que costumam ocorrer, além dos tipos de objetos esquecidos com mais frequência e as operações em que o evento mais acontece, podendo servir como uma das fontes de evidência para análises desse tipo de risco. A ocorrência de retenção de itens cirúrgicos está rela¬cionada em sua grande maioria ao desempenho dos profissionais envolvidos na assistência do paciente no período intraoperatório. Existem algumas boas práticas implantados em serviços de saúde que contribuem na prevenção e segurança do paciente cirúrgico como materiais técnicos e educativos com cartazes sobre segurança do paciente e prevenção de danos cirúrgicos, e Protocolos Operacionais Padrão (POP) conduzindo medidas assistenciais de forma segura.

Conclusões

O processo de contagem cirúrgica é prática profissional relevante para a segurança do paciente.
Frente aos resultados do estudo infere-se a necessi¬dade de investimentos na padronização desse processo, emprego de tecnologia para auxiliar a contagem manual, bem como contratação de pessoal, especificamente o instrumentador. A maior parte da falha foi decorrente de fatores humanos e seu desempenho, depois por problemas de liderança e em terceiro lugar os problemas de comunicação. Considerado incidente relacionado à assistência à saúde, especificamente como evento adverso, constitui assim um problema de saúde pública, necessitando de respostas efetivas e imediatas para sua redução.

Palavras-chaves

CENTROS cirúrgicos; SEGURANÇA do paciente; ORGANIZAÇÃO mundial da saúde.

Referências

Práticas seguras para prevenção de retenção não intencional de objetos após realização de procedimento cirúrgico em serviços de saúde [Internet]. Nov, 2017. [acesso 2022 Abril 28] Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/servicosdesaude/notas-tecnicas/nota-tecnica-gvims-ggtes-no-04-2017.pdf/view

Freitas PS, Mendes KDS, Galvão CM, Freitas PS, Mendes KDS, Galvão CM. Processo de contagem cirúrgica: evidências para a segurança do paciente.
Revista Gaúcha de Enfermagem [Internet]. 2016;37(4). [acesso 2022 Abril 28]. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1983-14472016000400418&script=sci_arttext&tlng=en

Área

Segurança do paciente

Autores

Micaela Govoni, Geraldina Lemos de Oliveira, Juliana Severiano Barros Santiago, Bárbara Carolina Andrade Leal, Kátia Regina Barros, Maria de Fátima Lemos de Oliveira, Kátia Pavão