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Dados do Trabalho


Título

Aspectos fundamentais e ações de melhorias na gestão de estoque na CME: relato de experiência

Introdução

A Central de Material e Esterilização (CME) tem por responsabilidade fazer a gestão do arsenal, local destinado para o armazenamento e distribuição dos produtos para saúde (PPS) processados.1,2,3

Objetivo

Descrever ações para melhorias na gestão do arsenal da CME.

Método

Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado na CME, em um hospital público universitário de alta complexidade, especializado em cardiologia e pneumologia no Estado de São Paulo. Os dados desse estudo foram obtidos por meio de observação direta, in loco, por enfermeiros, durante o ano de 2021 até a presente data. Elaborou-se um padrão de organização que atendem as solicitações da RDC n°15/20121 e do Procedimento Operacional Padrão (POP) institucional. O arsenal foi organizado com prateleiras de inox, cestos aramados e recipientes rígidos. Os PPS foram distribuídos e armazenados segundo a ordem cronológica de esterilização, ou seja, os PPS mais antigos foram alocados a frente e liberados primeiro do que os PPS recém-esterilizados, seguindo a regra do primeiro que entra deve ser o primeiro que sai (PEPS). Realizou-se auditoria semanal sobre a qualidade das embalagens do PPS estocado e validade do mesmo. Adotou-se sistema manual de registro de conferencia de inspeção dos PPS, por meio de cadernos e guias, para controle da distribuição do PPS estéril.

Resultados

A CME reestruturou o arsenal tornando-se moderno, organizado e seguro para o armazenamento e distribuição dos PPS processados. A média mensal de produção do ano de 2021 foi de 55.709 itens, 38.823 (70%) esterilizados em vapor, 5.894 (10%) esterilizados em método de baixa temperatura (formaldeído e óxido de etileno) e 10.992 (20%) com desinfecção química e térmica de alto nível, assim, transitam grande quantidade de PPS pelo arsenal, sendo ele dividido em duas áreas: PPS críticos e PPS semicríticos de assistência respiratória. Além dessa separação, com o intuito de facilitar a entrega e melhorar o rastreamento dos PPS específicos de cada unidade, destinando estes materiais em locais identificados por área, como CC, Hemodinâmica e unidades assistenciais (enfermarias, terapia intensiva, consultório e ambulatório). Optou-se por fazer uma auditoria aos fins de semana sobre a qualidade do armazenamento dos PPS estocado, observando a integridade das embalagens e a validade. Com a auditoria, verificaram-se também os PPS em excesso, os quais foram retirados de circulação. Referente ao vencimento dos PPS, utilizamos a regra do PEPS, que facilitou a identificação de forma ágil dos materiais que devem ser utilizados primeiro. Com isso, criaram-se dois modelos de etiquetas, com setas desenhadas, para indicar o local correto para reposição dos PPS. O primeiro modelo, com seta horizontal, sinalizando os PPS mais antigos à esquerda e os mais novos à direita. O segundo modelo, com seta vertical, sinalizando os PPS mais antigos à frente e os mais novos distribuídos ao fundo do cesto. Por fim, o controle dos PPS das unidades consumidoras foi feito por meio das guias de remessa e registros manuais detalhados.

Conclusões

A reestruturação do arsenal assegurou a entrega dos PPS de maneira organizada, com qualidade, auxiliando na rastreabilidade, redução dos gastos inerentes ao reprocessamento e minimizando ocorrências de eventos adversos.

Palavras-chaves

enfermagem; administração de serviços de saúde; gestão da qualidade; segurança do paciente; instrumentos cirúrgicos

Referências

1) Brasil. Ministério da Saúde (MS). Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 15, de 15 de março de 2012. Dispõe sobre requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde e dá outras providências.Brasília, DF; 2012.
2) Diretrizes de práticas em enfermagem cirúrgica e processamento de produtos para a saúde-SOBECC-Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização. 7 ed. São Paulo (SP): Manole; 2017. p 39- 60.
3) Graziano K.U; Silva, A; Psaltikidis, E. M. Enfermagem em Centro de Material e Esterilização. Barueri: Manole, 2011.

Área

Gestão

Autores

Alessandra Vanessa Lopes Quidim, Vania Sanches Bulgarelli, Andrea Andreatta Toneloto, Cintia Akemi Takaesu, Márcia Hitomi Takeiti, Jurema da Silva Herbas Palomo