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Dados do Trabalho


Título

Equipe de enfermagem e a prática do processo de desinfecção química de produtos para saúde

Introdução

O Centro de Material e Esterilização (CME) é um setor importante para as instituições de saúde, pois é o local destinado ao processamento de produtos para a saúde (PPS).1 Entre as atividades desenvolvidas no CME, destaca-se a desinfecção como um processo que elimina a maioria dos microrganismos presentes nos PPS, exceto esporos bacterianos. Ela é recomendada para produtos semicríticos, que são definidos como aqueles que entram em contato com mucosas íntegras colonizadas ou pele não íntegra.1 Falhas no processo de desinfecção podem resultar em infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), que elevam os custos do tratamento e aumentam suas chances de mortalidade.2 Esta pesquisa torna-se pertinente para avaliação do processo de desinfecção dos PPS, para que sejam descobertas lacunas no processamento, com a realização de proposições de melhorias das práticas profissionais, colaborando para a prevenção de IRAS e promoção da segurança do paciente.

Objetivo

Identificar as concepções e práticas das equipes de Enfermagem sobre desinfecção química de PPS em um CME.

Método

Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, descritiva. A escolha da amostra deu-se de forma intencional. Foram utilizados como critérios de inclusão: ser profissional da equipe de enfermagem; possuir vínculo formal com a instituição; e, atuar no processo de desinfecção em algum momento do turno de trabalho. E como critérios de exclusão: profissionais em licença de saúde ou em gozo de férias no período da coleta de dados. As informações foram coletadas em setembro de 2019, com a equipe de Enfermagem que atua em um CME hospitalar localizado no interior do estado do Rio Grande do Sul. Para a coleta de dados utilizaram-se entrevista semiestruturada e observação estruturada. A análise dos resultados deu-se pelo método de análise de conteúdo temática.3 Os aspectos éticos foram respeitados e os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade sob o número de parecer 3.368.463.

Resultados

Participaram do estudo 17 profissionais de enfermagem. Da exploração desse material foram elaboradas as categorias por analogia semântica, as quais foram agrupadas por temas, a saber: questões institucionais sobre o processo de desinfecção química do CME e processo de desinfecção química. Diante das especificidades da segunda categoria, optou-se por estendê-la em subcategorias, as quais foram assim intituladas: cuidados de Enfermagem com PPS pré-processamento, cuidados de Enfermagem com os PPS na exposição ao desinfetante e cuidados de Enfermagem pós-processamento dos PPS. Os participantes não informaram a necessidade de separação entre a área para desinfecção e a área contaminada. Observou-se que, apesar dos profissionais relatarem que utilizam os equipamentos de proteção individual em suas práticas, mesmo com a disponibilidade, há baixa adesão em todos os momentos recomendados. Quanto ao procedimento usado para desinfecção dos PPS, contatou-se tanto a execução correta quanto a incorreta.

Conclusões

Concluiu-se que as concepções e as práticas da equipe de Enfermagem do CME acerca do processo de desinfecção química precisam ser revistas, devido à adesão incompleta na execução correta do processamento. Esse processo está diretamente relacionado à equipe de Enfermagem e esta carece de estímulo para a revisão dos procedimentos operacionais padrão, bem como o apoio institucional na busca de conhecimento teórico-científico permanente para redirecionar os processos de trabalho e melhorar os resultados necessários para a execução prática.

Palavras-chaves

Desinfecção; Equipe de Enfermagem; Controle de Infecções

Referências

1. Ministério da Saúde (BR). Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução – RDC Nº 15, de 15 de março de 2012. Dispões sobre requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF. 2012. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ saudelegis/anvisa/2012/rdc0015_15_03_2012.html
2. Santos AV, Silva MRPS, Carvalho MM, Carvalho LRB, Moura MEB, Landim CAP. Perfil das infecções hospitalares nas unidades de terapia intensiva de um hospital de urgência. Rev Enferm UFPE online. 2016, 10(1):194-201. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaEnfermagem/article/download/10940/12241
3. Bardin L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70; 2011.

Área

Prevenção e Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde

Autores

DAIANE SIGNORINI REGINALDO, MARIA CRISTINA MENEGHETE, LUCIANO LEMOS DORO, Iara Denise ENDRUWEIT BATTISTI, ROSANE TERESINHA FONTANA, FRANCISCO CARLOS PINTO RODRIGUES, VIVIAN LEMES LOBO BITTENCOURT