Dados do Trabalho
Título
Análise do perfil epidemiológico de linfoma de não Hodgkin na população infantojuvenil na região sudeste nos anos de 2019 a 2023
Introdução
O linfoma de não Hodgkin consiste em um grupo de neoplasias malignas que afetam os tecidos linfoides, originando-se de células progenitoras de células B, células T ou células natural killer. No contexto da população infantojuvenil brasileira, o linfoma de não Hodgkin apresenta-se como a segunda patologia hematológica mais prevalente, representando 11% em crianças e adolescentes. Sob essa ótica, no Brasil, o linfoma de não Hodgkin configura uma preocupação de saúde pública, particularmente na região sudeste do país, sendo a área mais acometida em relação aos números de internações, óbitos e gastos. Dessa forma, torna-se imperativa a análise do perfil epidemiológico do linfoma de não Hodgkin associado ao panorama da criança e do adolescente na região sudeste do Brasil, visando contribuir para a melhor compreensão e abordagem desta condição de saúde pública.
Objetivo
Analisar o perfil epidemiológico do linfoma de não Hodgkin relacionado à população infantojuvenil na região sudeste do Brasil.
Casuística
Devido ao tipo de estudo, não há casuística.
Método
Estudo transversal, descritivo e com abordagem quantitativa. A coleta de dados foi realizada no Sistema de Informação Ambulatorial, através do Boletim de Produção Ambulatorial Individualizado e da Autorização de Procedimento de Alta complexidade, no Sistema de Informação Hospitalar e no Sistema de Informações de Câncer, vinculado ao DATASUS, referentes aos casos de linfoma de não Hodgkin registrados entre janeiro de 2019 a dezembro de 2023, em indivíduos de 0 a 19 anos.
Resultados
No período analisado, constatou-se que o número total de casos de linfoma de não Hodgkin entre pacientes de 0 a 19 anos foi de 823, com maior prevalência no ano de 2019, em um total de 197 casos, seguido pelo ano de 2023, com 170 casos. A maior parte dos diagnósticos foi em pacientes da faixa etária de 15 a 19 anos, com 286 casos confirmados, e da faixa de 10 a 14 anos, com 235 casos. Ademais, observou-se que grande parte dos diagnósticos foi em relação ao sexo masculino, com 549 casos, em comparação com os 274 referentes ao sexo feminino.
Conclusões
Os dados apresentados evidenciaram uma tendência de queda no número de casos que se iniciou em 2019 e perpetuou-se até 2021, e que foi substituída pelo aumento nos diagnósticos em 2022 e 2023. Além disso, os casos se concentram no sexo masculino e na faixa etária de 10 a 19 anos, o que condiz com os resultados obtidos na literatura analisada. É imperioso destacar que este estudo apresenta certas limitações, como a subnotificação de casos. Contudo, a análise do perfil epidemiológico do linfoma de não Hodgkin voltada para a população infantojuvenil é essencial para a atualização do conhecimento da doença, visto que a literatura não dispõe de dados recentes.
Palavras Chave
Linfoma de não Hodgkin; população infantojuvenil; perfil epidemiológico
Área
Hematologia
Categoria
Pesquisa Original
Instituições
Universidade Federal de São Carlos - São Paulo - Brasil
Autores
JÚLIA ARAUJO DA SILVA, KAWANY CAROLINE TOBIAS MONTEIRO