Dados do Trabalho

Título

PERFIL DE QUILOMBOLAS PORTADORES DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA E DIABETES MELLITUS TIPO 2

Introdução, Objetivo, Metodologia, Resultados, Considerações finais

Introdução: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença crônica não transmissível que gera um risco cardiovascular maior quando concomitante com o Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2). Ambas são comuns na população negra, mas são poucos os estudos acerca do seu impacto e controle nesse grupo, em especial entre os quilombolas, população socialmente mais vulnerável.
Objetivo: Avaliar o perfil clínico e o controle pressórico de quilombolas portadores de DM2 e de HAS em uma comunidade quilombola de Sergipe.
Metodologia: Estudo analítico, transversal e prospectivo com 70 voluntários da comunidade quilombola Crasto, no município de Santa Luzia do Itanhy-SE. Foi aplicado o Questionário de Avaliação do Perfil Clínico do DM2, de caráter misto, direto e assistido, o qual inclui perguntas sobre o perfil de identificação, hábitos de vida, presença de complicações decorrentes da doença e seu tratamento, além do exame físico do paciente. Os voluntários foram selecionados a partir da lista de usuários da Unidade Básica de Saúde da comunidade cadastrados no Programa HiperDia. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Plataforma Brasil protocolo 2.729.700 e pela Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (FAPITEC/SE) no edital nº 01/2017.
Resultados: Foram entrevistados 70 indivíduos, 39 do sexo feminino e 31 do masculino, sendo 01 feminino excluído por ser restrita ao leito. Dos 69 válidos, 33 relataram seguir dieta alimentar e 21 realizar atividade física, sendo caminhada a mais relatada. Seis voluntários se declararam tabagistas e 15 referiram ingesta alcoólica. A pressão arterial estava elevada em 59 deles, estando 9 no estágio de Pré-hipertensão, 21 no estágio 1, 20 no estágio 2 e 9 no estágio 3. O IMC de 49 voluntários estava acima da normalidade, assim como a circunferência abdominal de 57 e a frequência cardíaca de 3. Complicações cardiovasculares foram as mais citadas pelos voluntários (38). A glicemia de 44 deles estava acima da normalidade. Edema de membros inferiores foi encontrado em 14 voluntários. Tratamento das comorbidades com atividade física foi relatado por 19 voluntários, dieta alimentar por 33 e medicamentoso por 63.
Considerações finais: A população estudada não possui controle adequado da HAS. A maioria apresenta sinais e sintomas que sugerem descompensação clínica, evidenciando a necessidade de medidas específicas direcionadas a essa comunidade tradicional para melhor controle e prevenção dessas doenças.

Palavras Chave

Diabetes Mellitus; Hipertensão;