Dados do Trabalho
Título
EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER DE OVÁRIO NO CENTRO-OESTE ENTRE OS ANOS DE 2018-2022
Introdução
O câncer de ovário se caracteriza pela elevada letalidade, estando entre os dez principais motivos de óbito entre as mulheres do Brasil. Comumente associada a um diagnóstico tardio, é uma doença preocupante, haja vista a crescente exposição a fatores de risco e a inexistência de um rastreio populacional eficaz. Assim, faz-se relevante analisar suas características epidemiológicas, visando melhoria de ações em saúde pública, bem como de decisões na atuação clínica.
Objetivo
Traçar o perfil epidemiológico do câncer de ovário, na população da região centro-oeste, durante os anos de 2018 a 2022.
Casuística
Não se aplica.
Método
Fez-se um estudo de cunho quantitativo e descritivo, a partir de dados retirados do Painel - Oncologia, plataforma do DATASUS. Foram analisados índices referentes a diagnóstico, estadiamento e tratamento do câncer de ovário.
Resultados
Foram diagnosticados um total de 2106 casos de câncer de ovário no centro-oeste, durante o período descrito até a data de submissão deste artigo. Destes, a maioria acometeu indivíduos do Goiás (48,9%), seguido por Mato Grosso do Sul (19,8%), Mato Grosso (15,07%) e, por fim, Distrito Federal (15,5%). Além disso, o intervalo de idade mais acometido é de 55 a 59 anos, compreendendo 12% dos diagnósticos. Apesar da grande relevância clínica do estadiamento para prognóstico e definição da escolha terapêutica, o estadiamento foi ignorado em 15,3% e não se aplicou em 60% dos casos. Quando foi possível realizá-lo, 12,7% foi classificado como estadio 4. No que se refere a modalidade terapêutica, a cirurgia foi realizada em 59,9% dos casos, a quimioterapia em 24,5% e a radioterapia por 0,1% dos pacientes. Não há informações da escolha terapêutica de 15,4%. No que tange ao tempo de tratamento, a maior incidência é de até 30 dias, ocorrendo em 66,5% dos casos, seguida pelo tratamento de mais de 60 dias, o qual corresponde a 11,2% e não há informação sobre a duração desse período em 15,4% dos diagnósticos. Ainda, faz-se importante ressaltar que o Hospital de Câncer, localizado em Goiás, foi maior responsável tanto pelos diagnósticos (40,6%), quanto pelo seguimento terapêutico (34,4%), na região centro-oeste.
Conclusões
Diante das informações coletadas, observa-se uma prevalência do câncer de ovário no estado de Goiás, associada aos altos índices de diagnóstico e de tratamento, em sua maioria cirúrgico. Ademais, a maior taxa acometida está entre os 50 e 60 anos, o que reforça a importância do diagnóstico precoce, pois é um câncer com alta mortalidade devido aos diagnósticos tardios. Assim, diante de um cenário pouco definido quanto ao rastreamento eficaz dessa neoplasia, é fundamental atentar-se para a identificação e redução dos fatores de riscos, em busca de um diagnóstico em tempo oportuno.
Palavras-chave
Neoplasias Ovarianas. Epidemiologia. Diagnóstico Precoce do Câncer.
Fotos e tabelas
Área
Tumores do ovário e peritônio
Autores
NATALIA BARROS SALGADO VIEIRA, SARAH LAUTON MERCADANTE, LUÍSA GUEDES COTA MANFRÉ, LETÍCIA BRASIL SACHSIDA, MILAGRES ARAÚJO NASCIMENTO, JULIA LIMA ROCHA DA SILVA, ALINE OLIVEIRA AGUIAR