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Dados do Trabalho


Título

Perfil de morbidade hospitalar por neoplasia maligna do colo do útero no nordeste do Brasil: uma análise de 2017 a 2021

Introdução

O câncer no colo do útero é caracterizado pela replicação desordenada do epitélio de revestimento do órgão, comprometendo o tecido subjacente (estroma) e podendo invadir estruturas e órgãos contíguos ou à distância. Ele é causado por infecção persistente por tipos oncogênicos do Papiloma Vírus Humano (HPV). No Brasil, excluídos os de tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero se apresenta como o terceiro tipo de câncer mais incidente entre mulheres. Para o ano de 2022 foram estimados 16.710 casos novos, o que representa um risco considerado de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres . Nesse contexto, tendo em vista a alta incidência desse câncer nas mulheres brasileiras, observa-se a importância de analisar a morbidade hospitalar por neoplasia maligna do colo do útero.

Objetivo

Analisar o perfil de morbidade por neoplasia maligna do colo do útero, no nordeste brasileiro, no período temporal de 2017 a 2021.

Casuística

-

Método

Estudo ecológico, transversal, retrospectivo e descritivo, baseado nas informações disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. A análise foi feita para as variáveis número de internações, tempo de permanência hospitalar, sexo, cor/raça autodeclarada, unidade federativa e custo total, com auxílio do software Microsoft Office Excel.

Resultados

No período analisado, foram notificadas 29.725 internações por neoplasia maligna do colo do útero na região nordeste do Brasil, de modo que os estados de Pernambuco, Bahia e Maranhão concentraram, respectivamente, cerca de 25,8%, 18% e 17,6% dessas internações. A faixa etária mais prevalente foi entre 40 e 49 anos (29,5%), o que corrobora com a literatura vigente, tendo a maior incidência de neoplasia maligna de colo de útero entre 45 a 50 anos, além de que trata-se de uma neoplasia rara em mulheres abaixo dos 30 anos. Indivíduos autodeclarados pardos apresentaram maior tendência à hospitalização (68,3%). Embora o sexo feminino seja o mais prevalente da análise, também foram encontrados 0,02% de casos na população masculina. Quanto a permanência hospitalar, observou-se que a média de dias do sexo masculino é superior (10,6). No período estudado, foram computados 3.488 óbitos em decorrência da neoplasia maligna do colo de útero, com taxa de mortalidade de 6,3 para cada 100.000 habitantes. A faixa etária entre 40 e 59 anos foi a mais acometida (47,4%). Os valores despendidos no tratamento dessa afecção, dentro dessa população e do período estudado totalizaram R$76.025.265,62.

Conclusões

Os resultados obtidos neste estudo evidenciaram que as hospitalizações em consequência de neoplasia maligna do colo do útero no nordeste brasileiro ocorreram, principalmente, no estado de Pernambuco, com faixa etária majoritária entre 40 e 49 anos e em pacientes de cor parda. Portanto, urge a necessidade do fortalecimento de estratégias, voltadas especialmente para esses indivíduos, e que, substancialmente, previnam infecções sexuais adquiridas por HPV. Diante desse contexto, destaca-se a importância da atenção primária à saúde, para prevenir, rastrear, vacinar e monitorar a população desde o início da vida sexual, com perspectivas de reduzir a morbidade hospitalar por esse agravo.

Palavras-chave

Morbidade. Câncer. Colo uterino.

Área

Tumores do colo uterino e patologia do trato genital inferior

Autores

LETICIA LIMA COSTA, JOÃO VITOR XAVIER SANTOS, CARLA SUANNY DE SANTANA SENA, CLEYSE BISPO ARAÚJO, MARIA RITA FERNANDES, PABLYNE FIGUEREDO RAIMUNDO, ANA FLÁVIA SOUTO FIGUEIREDO NEPOMUCENO