Dados do Trabalho
Título
Análise das internações hospitalares por câncer de colo de útero de 2012 a 2021 na Região Sul do Brasil
Introdução
A neoplasia maligna de colo uterino é associada à infecção persistente por subtipos oncogênicos do Papiloma Vírus Humano (HPV), considerada como o principal fator de risco de doença. No Brasil, destaca-se como a terceira neoplasia em incidência de tumor primário e a quarta em mortalidade em mulheres, excluindo tumores de pele não melanoma. O câncer de colo de útero manifesta-se a partir de um quadro de desenvolvimento lento e apresentação inicial assintomática, o que permite a progressão para a doença cervical invasiva e complicações relacionadas. O diagnóstico precoce, realizado por meio do exame citopatológico torna-se fundamental, a fim de detectar possíveis lesões precursoras ou indicativas de malignidade, na população indicada. É indispensável, portanto, a prática de rastreamento e prevenção de neoplasias cervicais na Atenção Primária à Saúde, uma vez vinculada à diminuição de incidência de mortalidade e complicações por neoplasias cervicais avançadas.
Objetivo
Analisar as internações hospitalares por neoplasia maligna de colo de útero no período de 2012 a 2021.
Casuística
Não se aplica.
Método
Estudo descritivo e retrospectivo sobre as internações hospitalares por câncer de colo de útero nos anos de 2012 a 2021 na Região Sul do Brasil. Os dados foram obtidos pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), pela ferramenta TABNET. As variáveis utilizadas foram número de internações, faixa etária e Unidade de Federação da Região Sul. Não foi necessário aprovação do Comitê de Ética, pois trata-se de um estudo de banco de dados público.
Resultados
A partir dos dados analisados, constatou-se que na Região Sul no período de 2012 a 2021 cerca de 42.269 pacientes precisaram de internação devido a complicações do câncer de colo de útero, sendo que o estado do Paraná obteve o maior número de pacientes (18.782) que necessitaram de cuidados hospitalares. Além disso, a faixa etária de 40 a 49 anos foi a que apresentou mais casos, sendo 11.288 mulheres, seguido pela faixa etária de 30 a 39 anos com 9.918 casos. Estima-se também que as jovens até 19 anos, não tiveram tanta incidência, representando apenas 99 casos.
Conclusões
Com base na análise de dados, é perceptível a necessidade de complemento de políticas de vigilância e rastreio de neoplasia de colo uterino, visto que o diagnóstico é imprescindível para redução de mortalidade e diminuição de internações hospitalares vinculadas à progressão e às complicações da doença. Constata-se que o tratamento de lesões precursoras é capaz de prevenir a evolução para doença avançada, o que afeta mulheres que não apresentam acesso a serviços efetivos de tratamento e rastreio, o que resulta em lesões invasivas. Por conseguinte, é essencial adesão ao rastreamento, sugerido a todas mulheres de 25 a 64 anos que já tiveram ou têm vida sexual ativa e mulheres acima de 64 anos sem histórico de rastreio prévio de neoplasia cervical. Ademais, é preciso o respeito da periodicidade recomendada para o rastreamento, sendo de 3 anos, após dois exames sem alterações consecutivos, realizados com intervalo de um ano.
Palavras-chave
Câncer; colo de útero; Internações; Região Sul.
Área
Tumores do colo uterino e patologia do trato genital inferior
Instituições
Universidade de Passo Fundo - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
LARISSA ROBERTA NEGRAO, MIRELLA PAIM WANDERLEY, NICOLLE RODRIGUES SOUZA, FABRICIO PERIN COSTA, ANELIZE SCHUSTER ZAGONEL, LUIS GUSTAVO RAMOS RAUPP PEREIRA, EMILLY WENTZ BARBOSA