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Dados do Trabalho


Título

TUMOR OVARIANO MALIGNO DE CÉLULAS ESTEROIDES: RELATO DE CASO

Introdução

O tumor de células esteroides é um tumor raro, compreendendo menos de 0,1% de todos os tumores ovarianos. Acomete todas as faixas etárias, sendo mais prevalente em pacientes da quarta década de vida. É um tumor produtor de hormônios sexuais, por isso, é responsável por alterações androgênicas, hipersecreção de estrogênio e síndrome de Cushing. Até 43% dos casos podem ser malignos. Por sua raridade, o presente caso tem como importância ressaltar o tumor de células esteroides como diagnóstico diferencial em neoplasias oncológicas ovarianas.

Objetivo

Por sua raridade, o presente caso tem como importância ressaltar o tumor de células esteroides como diagnóstico diferencial em neoplasias oncológicas ovarianas.

Casuística

Uma paciente.

Método

Relato de caso escrito a partir de prontuário físico e eletrônico, relatório anatomopatológico e laudo imuno-histoquímico.

Resultados

RELATO DE CASO
Paciente de 76 anos, oligossintomática, com queixa de sangramento uterino anormal. Em exame ultrassonográfico, foi evidenciada massa anexial complexa. Realizada histerectomia total e salpingooferectomia bilateral em 2016. O padrão histológico revelou tumor ovariano pouco diferenciado, de células epitelioides fusocelulares, vacuolizadas, moderadamente atípicas, e áreas necrótico-hemorrágicas. A imuno-histoquímica resultou positiva para calretinina, vimentina, inibina e S-100, e negativa para PanCK, desmina, HMB 45, RE, CEA, CA-125 e EMA. O diagnóstico foi definido como tumor ovariano de células esteroides maligno, e a paciente foi encaminhada para realização de quimioterapia. Em 2021, após ressonância magnética pélvica, foi identificada nova lesão recidivante acometendo bexiga urinária, parede de sigmoide e alças ileais. Após nova cirurgia, a peça ressecada foi enviada ao laboratório de Anatomia Patológica do Hospital Universitário de Brasília. Os resultados anatomopatológico e imuno-histoquímico foram de grande tumor ovariano de células esteroides recidivante, medindo 13 centímetros em seu maior eixo e invadindo serosa colônica, serosa ileal e tecido adiposo pericolônico. Apresentou número elevado de mitoses por campo de grande aumento (07/10 CGA) e necrose em mais de 50% da área.

Conclusões

O tumor de células esteroides é um tumor de linhagem incerta e surge do estroma ovariano ou das células hilares. A maioria (56-77%) cursa com virilização devido à produção de androgênios, mas também há tumores produtores de estradiol (6-25%), que podem cursar com menorragia ou sangramento anormal pós-menopausa. Apenas a menor parte cursa com malignização (25-43%). Os critérios para malignidade são: apresentação em idade avançada, tamanho tumoral maior de 7,0 cm, mais de 07 mitoses em 10 campos de grande aumento, atipia nuclear e necrose extensa. O tratamento é cirúrgico, por meio de histerectomia total e salpingooferectomia bilateral. O tratamento quimioterápico não é consensual e depende do centro oncológico de referência. Portanto, o presente trabalho visa estimular a inclusão do tumor de células esteroides no diagnóstico diferencial de tumores ovarianos complexos, principalmente em casos que cursem com hiperestimulação androgênica ou estrogênica.

Palavras-chave

ESTEROIDES. TUMOR. NEOPLASIA. OVÁRIO. GERMINATIVO

Fotos e tabelas

Conflitos de interesse

NÃO HÁ.

Área

Tumores raros

Instituições

Hospital Universitário de Brasília - Distrito Federal - Brasil

Autores

JULIANA DO COUTO E SILVA PINHEIRO, ALINE DE FATIMA FILHA SANTOS