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Dados do Trabalho


Título

A RELAÇÃO DOS NÍVEIS DE VITAMINA D EM MULHERES DIAGNOSTICADAS COM CÂNCER DE MAMA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Introdução

Sabe-se que a forma ativa da vitamina D, a 1,25(OH)D, e seus derivados podem exercer efeitos antitumorais por meio da regulação negativa da sinalização do fator de crescimento e seus efeitos na proliferação, diferenciação, apoptose e angiogênese, uma vez que é considerada um regulador transcripcional de vários genes envolvidos nesses processos. Sendo assim, as ações da vitamina D para inibir o crescimento do câncer de mama incluem a supressão da expressão da aromatase (Cyp19) no tecido adiposo da mama, a inibição da expressão de receptores estrogênicos, e a supressão da expressão de ciclooxigenase-2 (COX-2), levando à redução na síntese de mediadores pró-inflamatórios como a prostaglandina (PG) E2 que são estimulantes da transcrição de aromatase no câncer de mama. Paralelamente a isso, estudos apontam que mulheres com concentrações de vitamina D de 40 ng/mL ou superiores apresentaram uma redução de 67% no risco de câncer em relação às mulheres com níveis de 20 ng/mL ou menos.

Objetivo

Esse estudo tem por objetivo esclarecer se há uma relação entre os diferentes níveis de vitamina D em mulheres diagnosticadas com câncer de mama, a fim de estabelecer uma possível prevenção através da suplementação desse hormônio.

Casuística

Não.

Método

Foi realizada uma pesquisa nas bases PubMed e LILACS com os descritores (em todos os idiomas): “câncer de mama e vitamina D”, “tratamento câncer de mama” e “vitamina D e diagnóstico de câncer de mama”.

Resultados

Estudos apontam que os níveis séricos de 25-OH vitamina D dos pacientes ao diagnóstico têm associação estatisticamente significativa com o grau do tumor. Sendo assim, baixos níveis séricos de 25-OH vitamina D podem ser considerados um dos marcadores de mau prognóstico da doença, entretanto, a diferença entre os níveis séricos de 25-OH vitamina D entre os tumores com e sem invasão linfovascular não foi estatisticamente significativa. Por conseguinte, mulheres com deficiência de 25(OH)D tem cinco vezes mais chance de desenvolverem o câncer de mama, e níveis muito baixos de 25(OH)D estão relacionados à progressão mais rápida de câncer metastático, todavia, existem variáveis importantes a serem consideradas como: obesidade, frequência em que sol transmite raios ultravioletas de acordo com regiões geográficas, tempo de suplementação, etilismo, tabagismo e tratamentos com quimioterapia e/ou radioterapia.

Conclusões

Por fim, pode-se inferir que a vitamina D é um dos ingredientes funcionais que atualmente podem ser recomendados como adjuvante em diferentes terapias – especialmente com tratamentos anti-estrogênicos em tumores dependentes de hormônios. Portanto, a maioria das diretrizes de prática clínica recomenda o monitoramento dos níveis de vitamina D como parte da rotina de cuidados médicos oncológicos em mulheres em tratamento ou seguindo um câncer de mama, uma vez que naqueles que possuem baixos níveis de vitamina D seria indicado prescrever suplementação e promover um aumento no consumo de alimentos ricos nesta vitamina (peixes gordurosos como salmão e atum, laticínios enriquecidos, ovos e cogumelos) até níveis sanguíneos atingirem a normalidade ou a superioridade.

Palavras-chave

Câncer de mama, vitamina D, prognóstico.

Área

Prevenção / Rastreamento

Autores

MARIA EDUARDA KINDEL, MARIA CLARA TONINI PAGLIARIN, RAFAELLA NORONHA GARZELLA, NATHALIA LORENZONI COSTA, CAMILA BOSCHETTI SPANHOLO, MATHEUS FELIPE KUHN URNAU