Dados do Trabalho
Título
Análise das hospitalizações por carcinoma in situ de colo do útero no estado da Bahia durante o período de 2017 a 2021
Introdução
O câncer é uma doença crônico-degenerativa que tem por característica o crescimento desordenado e acelerado de células, que invadem tecidos e órgãos circunjacentes. Dentre os quais, se destaca o câncer do colo uterino (CCU), que consiste em um dos tipos de câncer com maior morbimortalidade entre mulheres e elevada demanda de cuidados em saúde. Dessa forma, percebe-se a importância de identificar o perfil dos casos de internação hospitalar por câncer de colo do útero, visando auxiliar no controle terapêutico e repensar em estratégias de prevenção dessa neoplasia.
Objetivo
Analisar o perfil de hospitalização por carcinoma in situ de colo do útero, na Bahia, Brasil, no período temporal de 2017 a 2021.
Casuística
não há.
Método
Este é um estudo epidemiológico, transversal, retrospectivo e descritivo, realizado com base na análise de informações disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, no período de 2017 a 2021, na Bahia. Informações sobre as internações por carcinoma in situ de colo do útero foram analisadas com base nas notificações de acordo com as variáveis total de notificações, número de óbitos, faixa etária, etnia e gastos. Os dados foram tabulados e analisados utilizando o Microsoft Excel.
Resultados
Durante o período avaliado, foram registradas 1.003 hospitalizações por carcinoma in situ do colo de útero na Bahia, sendo o segundo estado do nordeste com maior índice de morbidade hospitalar. Destaca-se que grande maioria das hospitalizações ocorreram na cidade de Salvador (50,6%), o que pode ser justificado por ser a cidade com maior número de habitantes e por receber um quantitativo significativo de pacientes do interior do estado regulado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse intervalo de tempo foi registrado somente 1 óbito pela doença, o que mostra o bom prognóstico de pacientes com carcinoma de colo de útero quando diagnosticados ainda na fase in situ. Dentre o número total de hospitalizações, indiciou-se maior prevalência entre mulheres de 20 a 59 anos (86,24%), o que pode estar relacionado com aspectos culturais e com comportamento sexual, tendo em vista que o início precoce da vida sexual, um elevado número de parceiros sexuais e de gestações, e o uso de pílula anticoncepcional estão relacionadas ao desenvolvimento de lesões pré-cancerígenas, e essa faixa etária é a que se apresenta com vida sexual mais ativa. Quanto à etnia, observou-se maior índice de internação entre a população parda (67,1%), dado este que pode estar relacionado com o perfil racial da região. Durante o período avaliado, gastou-se um total de 1.913.917,90 reais, com média de 1.908,19 por internação.
Conclusões
Os resultados obtidos neste estudo evidenciaram que as hospitalizações decorrentes de carcinoma in situ de colo do útero no estado da Bahia ocorreram, principalmente, na cidade de Salvador, em mulheres de cor parda e com faixa etária entre 20 e 59 anos, resultando em altos valores gastos em saúde. Dessa forma, medidas voltadas para a prevenção, como o acompanhamento em todos os níveis de assistência à saúde ao longo da vida, são imprescindíveis para atenuar a incidência e diminuir os prognósticos sombrios decorrentes dessa neoplasia.
Palavras-chave
Colo de útero, carcinoma, hospitalizações
Fotos e tabelas
Área
Prevenção / Rastreamento
Instituições
Universidade do Estado da Bahia - Bahia - Brasil
Autores
CLEYSE BISPO ARAUJO, CARLA SUANNY SENA, TAILANE DE SOUZA CRISTINA SOUZA, ERIKA SANTOS VIANA SERAFIM ARAÚJO , MARIA RITA FERNANDES, KALINE OLIVEIRA SILVA BATISTA, ANA FLÁVIA FIGUEIREDO NEPOMUCENO