Dados do Trabalho
Título
Viabilidade e benefícios da implementação da técnica de genotipagem na Atenção Básica como alternativa para detecção precoce do câncer de mama
Introdução
O câncer de mama é o segundo câncer mais incidente no país e é caracterizado por um crescimento desordenado de células que apresentam mutações importantes em oncogenes; essa alteração é decorrente de fatores hereditários e ambientais, mas a susceptibilidade para tal desordem pode ser detectada precocemente. O câncer de mama acomete principalmente, mas não exclusivamente, mulheres, com uma taxa de incidência de 43,74/100.000, além de ser o tumor com maior índice de mortalidade no Brasil, com uma taxa de 11,84/100.000, conferindo uma situação alarmante na saúde brasileira. Nesse sentido, é importante destacar a Atenção Básica e o Sistema Único de Saúde como provedor de técnicas para rastreio do câncer de mama, inclusive, desde o início dos anos 90, iniciativas são implementadas com a finalidade de controlar o câncer de mama, tal como o Viva Mulher. Entretanto, as técnicas de prevenção para o câncer de mama, segundo o próprio Instituto Nacional de Câncer, são recomendadas para as mulheres de 50 a 69 anos, uma vez a cada dois anos quando não há sinais suspeitos, e para mulheres a partir dos 30 anos quando já se tem nódulos suspeitos. É inegável que a mamografia, por exemplo, que é uma estratégia de prevenção usada atualmente pela Atenção Básica, tem salvado muitas vidas; no entanto, um rastreio genético, como a genotipagem, poderá ser um novo meio rápido, barato e indolor de rastreio.
Objetivo
Os objetivos deste trabalho foram levantar o perfil epidemiológico do câncer de mama e discutir a viabilidade da genotipagem como uma alternativa para detecção precoce.
Casuística
Não houve.
Método
Foram coletados dados do Sistema de Informação do Câncer e Instituto Nacional do Câncer acerca da incidência do câncer de mama nos estados brasileiros. Como critérios foram utilizados os filtros: “UF de Residência”, “Ano de competência”, “Faixa etária”, sendo mulheres de 15 a 39 anos, e “Exames”, que foram a mamografia, o citopatológico e o histopatológico, no período de 2017 a 2021.
Resultados
Foi observada elevada taxa de incidência de câncer de mama, com 197.781 casos nos últimos 5 anos em todo território nacional.
Conclusões
Mesmo com os exames de prevenção disponibilizados pela Atenção Básica, ainda há elevadas taxas de incidência e mortalidade por câncer de mama no Brasil. Além disso, a mamografia, o citopatológico e histopatológico são exames invasivos e desconfortáveis, provocando por vezes a não adesão; e nenhum deles é capaz de detectar a predisposição para este tipo de câncer ainda na adolescência, pois não tem esse público como foco. A genotipagem pode ser efetuada em qualquer fase da vida e apenas uma vez, sendo um procedimento rápido e indolor, pois é realizado através da coleta de saliva; além de alertar para a predisposição não só em quem realizou o exame, mas também em familiares próximos, como filhas, por exemplo; também permite conhecer a qual tratamento farmacológico uma mulher já acometida pelo câncer pode responder melhor, reduzindo consideravelmente os gastos com leitos e tratamentos ineficazes. A genotipagem é um investimento certo para a saúde, uma vez que seu custo é significativamente inferior se comparado aos atuais exames.
Palavras-chave
Mapeamento genético. Oncologia. Prevenção.
Área
Prevenção / Rastreamento
Autores
LORRANE DA SILVA CARDOSO, HERIKA LOHANNY CALDAS SANTOS, ROMÊNNIA ISIS PEREIRA MÁRIO, RAYSSA KELLY MIRANDA PESSUTTI, MICHELE PEREIRA DA TRINDADE VIEIRA, ANDRESSA OLIVEIRA ARAGÃO