Dados do Trabalho
Título
PRESERVAÇÃO DA FERTILIDADE EM PACIENTES ONCOLÓGICAS EM IDADE REPRODUTIVA: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Introdução
Com a evolução do tratamento para as neoplasias malignas e, consequentemente, o aumento da sobrevida dos pacientes, a preservação da capacidade reprodutiva de mulheres jovens em idade reprodutiva torna-se uma preocupação. O plano terapêutico, que pode abranger quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e cirurgia, pode causar efeitos temporários ou permanentes. Uma vez que as mulheres nascem com um número limitado de oócitos, cuja quantidade e qualidade são inversamente proporcionais à idade, os tratamentos oncológicos podem trazer perdas irreversíveis para a mulher e repercutir, além do aspecto físico, no bem-estar psicológico ou emocional.
Objetivo
Revisar e analisar as técnicas disponíveis para a preservação da fertilidade feminina de pacientes oncológicas.
Casuística
Trata-se de uma revisão de literatura, a qual não inclui pacientes.
Método
Foi realizada uma revisão da literatura científica a partir da busca por artigos publicados em meio eletrônico nas bases de dados National Library of Medicine (PubMed) e Scientific Eletronic Library Online (Scielo) entre os anos de 2005 a 2022. Os descritores utilizados em português e inglês foram: Preservação da Fertilidade, Oócitos, Embrião, Criopreservação, Câncer, Quimioterapia, Radioterapia.
Resultados
As técnicas existentes para preservação da fertilidade de mulheres em idade reprodutiva são: criopreservação de embriões, de oócitos, ou de tecido ovariano, transposição ovariana, cirurgia ginecológica conservadora e supressão ovariana com análogos do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRHa). As definições de cada técnica, procedimentos, tempo necessário, vantagens, desvantagens e outras considerações a respeito de cada método estão contidos na tabela 1. É essencial que profissionais de saúde considerem a preservação oncológica da fertilidade antes do início do tratamento, de modo a elaborar um plano terapêutico integral de acordo com a imagem 1. Caso a preservação da fertilidade não seja feita e, ao final do tratamento, a paciente se torne infértil, poucas são as alternativas para a maternidade, como a doação de óvulos, ou mesmo o útero de substituição. Infelizmente, os estudos mostram que as alternativas para a preservação da fertilidade ainda não são devidamente propagadas, seja pelo alto custo exigido, a falta de conhecimento sobre a possibilidade de infertilidade após o tratamento oncológico, a falha em considerar e discutir as opções antes do início do tratamento e o status experimental de certas técnicas.
Conclusões
Atualmente, a criopreservação de oócitos e embriões são técnicas utilizadas na prática clínica, enquanto a transposição ovariana e a cirurgia ginecológica conservatória possuem aplicações específicas. A supressão ovariana e a criopreservação de tecido ovariano, ainda que apresentem resultados promissores, se mantêm como experimentais. É importante que os pacientes oncológicos conheçam as alternativas, mesmo as que hoje são experimentais, para que possam tomar uma decisão consciente em relação ao seu futuro reprodutivo, evitando o sofrimento psicossocial e propiciando que o desejo de conceber após a cura se concretize.
Palavras-chave
Preservação da fertilidade. Criopreservação. Oócitos. Embrião. Câncer. Quimioterapia. Radioterapia.
Fotos e tabelas
Área
Qualidade de Vida / Sexualidade / Preservação de Fertilidade
Instituições
Universidade Santo Amaro - UNISA - São Paulo - Brasil
Autores
BEATRIZ SADDI NASCIMENTO, GABRIEL MONTEIRO PINHEIRO