Dados do Trabalho
Título
PERFIL DE MORTALIDADE POR NEOPLASIA MALIGNA DO ESÔFAGO EM IDOSOS DO NORDESTE DO BRASIL: UMA ANÁLISE DO PERÍODO DE 2016 A 2020
Introdução
Dentre as neoplasias gastrointestinais malignas, a de esôfago se encontra na tríade de maior frequência, sendo o carcinoma epidermóide e o adenocarcinoma os mais comuns. O câncer de esôfago (CE), no geral, apresenta um prognóstico ruim que varia de acordo com o estadiamento, além de possuir sintomas tardios, como disfagia, perda ponderal, tosse e rouquidão, o que não contribui para o diagnóstico precoce. Dentre os principais fatores de risco, estão a obesidade, refluxo gastroesofágico, esôfago de Barrett, tabagismo e etilismo. A prevenção e o tratamento do CE em idosos se mostra de elevada importância, uma vez que, o diagnóstico precoce aumenta de forma significativa o prognóstico desses pacientes.
Objetivo
Avaliar o perfil de mortalidade por neoplasia maligna de esôfago em idosos no Nordeste entre 2016 e 2020.
Casuística
Estudo ecológico transversal
Método
Estudo do tipo epidemiológico, transversal, retrospectivo e descritivo. As informações foram coletadas e avaliadas com base nos dados disponíveis no Departamento de informática do Sistema Único de Saúde referente ao período de 2016 a 2020, no Nordeste brasileiro. As variáveis estudadas foram tabuladas e analisadas utilizando o software Microsoft Excel.
Resultados
Durante o período destacado foram registrados, no nordeste, 4.748 óbitos por neoplasia maligna de esôfago em idosos. Dos estados, a Bahia se destacou com 28,9% dos casos, seguida pelo Ceará (23,5%) e Pernambuco (16,6%). Esse achado pode estar associado a maior densidade populacional desses estados na região. Observou-se maior prevalência de mortalidade por esse agravo, em indivíduos do sexo masculino (71,9%), o que pode ser justificado devido à maior propensão ao abuso de bebidas alcóolicas e tabagismo entre homens, que se constituem como principais fatores de risco para o câncer de esôfago1. Observou-se, ainda, maior mortalidade entre pardos (65,6%), explicando-se, provavelmente, devido ao perfil, majoritariamente, pardo da população do nordeste. Quanto à faixa etária, notou-se maior prevalência no grupo de 60 a 69 anos (40,0%), seguido dos grupos de 70 a 79 anos (35,8%) e 80 anos ou mais (24,2%), que pode ser dado devido à dificuldade no diagnóstico precoce do câncer de esôfago, visto que os sintomas aparecem nas fases mais avançados da doença, repercutindo em mortalidade3. Em relação à escolaridade, observou-se maior número de óbitos em indivíduos com nenhuma escolaridade (43,1%), o que pode denotar a sua associação com fatores socioeconômicos, como a exposição ocupacional1.
Conclusões
Conclui-se a partir dos resultados desse estudo que a neoplasia de esôfago configura-se um importante problema para o nordeste, com maior mortalidade em idosos de 60 a 69 anos, pardos, do sexo masculino, e com menor grau de escolaridade. Dessa forma, ressalta-se a relevância de políticas preventivas em saúde voltadas especialmente para esses indivíduos, a fim de reduzir a mortalidade por esse agravo na região.
Palavras-chave
Neoplasia maligna. Esôfago. Idosos
Área
Esôfago
Instituições
Universidade do Estado da Bahia - Bahia - Brasil
Autores
EFRAIM SOLIDADE PACHECO, LUÍZA PESSÔA ANDRADE, ANDRESSA SANTOS PEREIRA, RAFAELA COSTA JAMES DE ANDRADE ALVES, ITAMAR ALVES VIANA, JOÃO GABRIEL BATISTA SIMON VIANA, Ana Flávia SOUTO FIGUEIREDO NEPOMUCENO