III Congresso Brasileiro de Câncer do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE DAS DIFERENTES TÉCNICAS DE ESOFAGECTOMIA POR CÂNCER DE ESÔFAGO E CÁRDIA NO AFECC/HOSPITAL SANTA RITA DE CÁSSIA: UM ESTUDO RETROSPECTIVO.

Introdução

O câncer de esôfago está entre os 10 mais incidentes no Brasil. O tratamento dessa patologia em alguns casos inclui a cirurgia e deve ser realizado de preferência em centro de referências e com equipe multidisciplinar visando um melhor desfecho oncológico. Trata-se de uma cirurgia complexa com altas taxas de morbidade e mortalidade. A abordagem cirurgica pode ser realizada por técnicas diferentes (Transhiatal, McKewon e Ivor Lewis) e por via aberta ou minimamente invasiva

Objetivo

Comparar e Analisar a evolução, complicações pós operatória e técnicas utilizadas em pacientes submetidos a cirurgia de esofagectomia no Hospital Santa Rita de Cassia.

Casuística

Fatores de inclusão: neoplasia de de esôfago e cárdia não metastáticos, maiores de 18 anos, com histologia escamosa e adenocarcinoma, submetidos a esofagectomia, cujo tratamento foi efetuado somente no hospital Santa Rita de Cássia.
Fatores de exclusão: cirurgias abortadas por irressecabilidade, tratamento prévio para outra neoplasia, prontuários incompletos,
Após analise do banco de dados foram observados 115 pacientes submetidos a esofagectomia, destes um total de 22 foram excluídos do estudo após aplicação dos critérios de exclusão, sendo assim 93 pacientes foram consideráveis elegíveis para o estudo.

Método

Estudo descritivo e retrospectivo, através de análise de prontuários e de banco de dados de pacientes com diagnóstico de câncer de esôfago e cárdia sem evidências de metástases submetidos a esofagectomia no Hospital Santa Rita de Cássia, entre 1º janeiro de 2009 e 31 de dezembro de 2020

Os dados foram agrupados em planilha e foram apurados no programa do Pacote Estatístico para Ciências Sociais (SPSS)

Resultados

Dos 93 pacientes incluídos, 40 (43%) foram submetidos a técnica McKeown com tempo torácico por toracoscopia (MKTs), 8 (8,6%) submetidos a McKeown com tempo torácico por toracotomia (MKT) e 45 (48,9%) submetidos a técnica Transhiatal (TH).
14 casos (15,2%) de cirurgia exclusiva, 16 (17,39%) resgate cirúrgico (recidiva após tratamento bimodal) e 63 (68%) pós neoadjuvância (tratamento trimodal).
Em relação a linfadenectomia, 37 (93%) pacientes dentre o grupo de MKTs foram submetidos a linfadenectomia mediastinal (linfonodos infracionais e paratraqueais), 7 (87,5%) pacientes no grupo da MKT e nenhum (0%) paciente no grupo da esofagectomia TH.
Dentre as modalidades de técnica cirúrgica adotada a que cursou com maior número de complicações gerais (clinica ou cirúrgica) foi a técnica de MKT com 37,5%, seguido da TH com 17,8% e MKTs com 5,1%.
A mortalidade geral nos primeiros 30 dias de pós operatório foi de 14 pacientes (15%). Quando avaliamos os óbitos pelo numero de cirurgias realizadas em cada tecnica temos: 15% mortalidade na TH e MKTs e 24% na MKT

Conclusões

Foi observado maior taxa de complicação e mortalidade nos pacientes submetidos a cirurgia com toracotomia e também pior menor percentual de linfadenectomia o que se pode atribuir ao fato de geralmente ser uma cirurgia realizada nos casos de resgate após tratamento bimodal o que implica em maior dose de radioterapia aumentando a dificuldade de dissecção. As complicações foram menores no grupo com abordagem do tórax minimamente invasiva corroborando com os benefícios desta via.

Palavras-chave

Cirurgia, câncer de esôfago, linfadenectomia, complicações.

Área

Esôfago

Instituições

Hospital Santa Rita de Cassia - Espírito Santo - Brasil

Autores

ANA PAULA MAZZOCO DO NASCIMENTO DALVI, DUILIO EUTRÓPIO NETTO, PAMERSON POUBEL FARIA, LEONARDO ORLETTI, NATALIA ABRANTES GROSSI, LUIZ FERNANDO MAZZINI GOMES, ANA LUIZA MIRANDA CARDONA MACHADO