39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

COMPARAÇAO DO ESCORE DE GLEASON NA BIOPSIA E NO ESPECIME DA PROSTATECTOMIA RADICAL ROBOTICA

Introdução e Objetivo

A diferenciação entre os Escores de Gleason na biópsia de próstata é importante na tomada de decisão do tratamento. No entanto, erros de graduação em comparação com o grau patológico real observado após as prostatectomias radicais são comuns. Nessa análise retrospectiva de 146 pacientes, nós comparamos o Gleason na biópsia com o resultado do anatomopatológico, analizando a taxa de coincidência e os fatores associados ao aumento do Gleason.

Método

Foram avaliados todos os pacientes submetidos a prostatectomia radical robótica por nossa equipe entre 2016 e 2022, sendo excluídos os pacientes com dados incompletos. Após a análise da taxa de coindicidência, os pacientes foram divididos em dois grupos, com e sem aumento do Gleason, sendo as variáveis: PSA, PIRADS, tamanho da próstata, número total e porcentagem de fragmentos positivo na biópsia, porcentagem de tumor, extensão extra-prostática e o Gleason, comparadas entre os grupos por meio dos testes Qui-quadrado e T de Student. Foi considerado nível de significância < 0,05.

Resultados

Entre os 146 pacientes incluídos (Tabela 1), a taxa de coincidência no Gleason foi de 40.41%, sendo que a discordância era maior quanto menor fosse o Gleason na biópsia. Dos 27 pacientes Gleason 6 na biópsia, 24 (88.89%) tiveram um Gleason maior no espécime cirúrgico. Em nossa análise, dos 87 casos que houve discordância no Gleason, 88,5% das vezes houve o aumento da graduação no anatomopatológico em relação a biópsia, sendo um menor Gleason na biópsia (p = 0,001), menor porcentagem de fragmentos positivos na biópsia (p = 0,0326) e a presença de extensão extra-prostática (p = 0,029) fatores associados a esse aumento. (Tabela 2).

Conclusão

A discordância entre o Gleason pré e pós-operatório é alta, principalmente para os paciente que apresentam pontuações mais baixas na biópsia, o que pode gerar insegurança na indicação da vigilância ativa. Deve-se manejar com cautela os pacientes com Gleason 6 na biópsia, principalmente os que apresentam poucos fragmentos positivos ou suspeita de extensão extra-prostática.

Área

Uro-Oncologia

Instituições

Hospital Moriah - São Paulo - Brasil

Autores

JOÃO PÁDUA MANZANO, JOÃO HENRIQUE SENDRETE DE PINHO, DAVI SOUZA CONSTANTIN, VINICIUS MENEGUETTE DE SOUZA, THAINA DE OLIVEIRA AZAMBUJA, FREDERICO BARBOSA, JAIME COMAR, FABRIZIO MESSETTI, DANIEL BELTRAME, RICARDO VITA