Dados do Trabalho
Título
REIMPLANTE URETERO-VESICAL EM OBSTRUÇAO DA JUNÇAO URETERO-VESICAL TARDIA POS TERAPIA INJETAVEL INTRA-VESICAL
Introdução e Objetivo
O refluxo vesico ureteral é uma alteração funcional e anatômica com potenciais desfechos negativos como cicatrizes renais e insuficiência renal. Fatores como infecção do trato urinário febril, alterações do parênquima renal e disfunções vesicais são sugestivos de não resolução espontânea. A terapia injetável intra-vesical com agentes biodegradáveis é uma opção para o tratamento do refluxo vesico uretaral ao invés de antibioticoprofilaxia a longo prazo. A obstrução da junção uretero vesical pode acontecer em longo prazo após tratamento endoscópico. O risco é maior em crianças com refluxo de grau elevado e ureteres dilatados. O objetivo deste relato é apresentar caso de uma paciente que apresentou resolução do refluxo vesico ureteral porém, evoluiu com obstrução ureteral tardia, 10 anos após tratamento.
Método
Paciente de 3 anos, deu entrada no serviço com história de infecção do trato urinário febril na idade de 1 ano. Apresenta uretrocistografia com refluxo vesico ureteral bilateral grau IV a direita e grau II a esquerda. DMSA no primeiro ano de vida normal, com evolução negativa nos anos seguintes, apresentando cicatrizes renais bilaterais aos 3 anos com função comparativa direita de 53,29% e esquerda de 66,46%. Decidido por tratamento endoscópico .Paciente manteve acompanhamento por 10 anos sem novos episódios de infecção e com ultrassonografia apresentando hidronefrose grau 2 apenas no segundo mês após procedimento, contudo normal nos anos consecutivos. No décimo ano iniciou quadro de dor abdominal sendo identificada hidronefrose bilateral a ultrassonografia com dilatação ureteral. Função renal normal. Indicada reimplante ureteral bilateral assistida por robô.
Resultados
Durante o procedimento foi identificada obstrução ureteral bilateral pelo polímero. O reimplante foi bem sucedido por técnica robótica a partir da técnica de Lich Gregoir. A evolução ultrassonográfica apresentou regressão da hidronefrose.
Conclusão
Embora a literatura apresente taxas de obstrução ureteral semelhantes a curto ( 6 meses) e longo prazo é importante manter acompanhamento mesmo em pacientes com boa evolução inicial. Apesar de apresentar-se como uma cirurgia mais desafiadora devido a fibrose, e necessitar a ressecção do ureter distal o reimplante ureteral após agentes endoscópicos pode ser realizado satisfatoriamente por via robótica.
Área
Urologia Pediátrica
Instituições
IBCR – INSTITUTO BAIANO DE CIRURGIA ROBÓTICA - Bahia - Brasil
Autores
HAMILTON FRANCO FILHO, NILO JORGE LEÃO BARRETTO, LEONARDO MARQUES CALAZANS, NILO CÉSAR LEÃO , YZA MARIANA CONCEIÇÃO BRITO, ALEXANDRE AZEVEDO ZIOMKOWSKI, TIAGO UEHBE ACCIOLY LINS , JOÃO RAFAEL LIBÓRIO ESTRELA, FELIPE PINHO E ALBUQUERQUE SILVA, EVARISTO PEIXOTO OLIVEIRA NETO