39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

IMPACTOS DO ISOLAMENTO SOCIAL NA SEXUALIDADE DE JOVENS UNIVERSITARIOS

Introdução e Objetivo

O isolamento imposto pela pandemia de Covid-19 impactou aspectos variados da vida. Objetivamos aqui compreender detalhes da influência do isolamento na sexualidade de jovens universitários com idade entre 18 e 35 anos.

 

Método

Formulário online autoaplicável, compartilhado em comunidades de estudantes das cinco regiões do Brasil, abordando os temas: Ambiente de isolamento; Infecções Sexualmente Transmissíveis; Relacionamentos amorosos e sexuais; Desejo e masturbação. Incluiu-se perguntas quantitativas (escala de Linkert, 1 a 7) e qualitativas (múltipla escolha textual). Análise: cálculo do Coeficiente de Correlação de Pearson (r) - entre variáveis quantitativas; teste ANOVA - entre variáveis quantitativa e qualitativa (relevância para p-valor < 0,05); médias (û) do conjunto de respostas de cada pergunta quantitativa, com nível de confiança de 95%.

 

Resultados

Obtivemos 396 respostas válidas: idade 21,94 ± 0,31, brancos (75,2%); católicos (29,7%); mulheres cisgênero (62,6%); heterossexual (50%); bissexual (32,4%); morou com a família no isolamento (93,6%); 74,7% já tinham vida sexual ativa no isolamento. Os respondentes, no isolamento: se sentiam neutros, ou levemente mal por sair para encontros (û=3,87 ± 0,32); melhoraram desempenho sexual (û=4,41 ± 0,22); foram mais fiéis (û=5,04 ± 0,22); discordam que relacionamentos amorosos foram mais superficiais (û=2,64 ± 0,26); tiveram a quantidade de parceiros sexuais reduzida (û=2,80 ± 0,26); tiveram menos privacidade para se masturbar (û=3,39 ± 0,15), mas se masturbaram mais do que fora do isolamento (û=4,72 ± 0,15). Mulheres cisgênero se sentiram pior ao sair do isolamento para ter encontros sexuais do que homens cisgênero (p=0,004). Homens cisgênero tiveram um aumento na frequência de masturbação durante o isolamento maior do que mulheres cisgênero (p=0,001). O nível de libido durante o isolamento foi diretamente proporcional à autoavaliação de desempenho sexual (r =0,466).

 

Conclusão

Foi possível obter dados para embasar a influência do isolamento em diversos aspectos da sexualidade de jovens universitários. As informações contribuem para compreender o comportamento sexual dos jovens, o que se relaciona com sua saúde física e mental.

 

Área

Disfunção Sexual

Instituições

USP - São Paulo - Brasil

Autores

SARAH LOPES SALOMAO, CARMELA DIAS GOMES DI BENEDETTO, MURILO LIMA GOMES, AGUINALDO NARDI