Dados do Trabalho

Título

A evolução da Nefrectomia Videolaparoscópica no tratamento dos Rins Inflamatórios

Introdução e Objetivo

Apesar de comumente feita para tratamento de neoplasias, a nefrectomia videolaparoscópica também tem outras indicações, como a captação de rim para transplante, e em casos de rins exclusos quando levam à infecções de repetição, hipertensão arterial ou dor lombar. ¹, ² No entanto, nos casos de rins inflamatórios, a cirurgia pode ser muito desafiadora por conta das aderências e distorções anatômicas provocadas pela inflamação crônica, tendo taxas de conversão para cirurgia aberta maiores do que as realizadas por outras indicações. Objetivo: Primário: Comparar taxas de conversão entre nefrectomias videolaparoscópicas por rins inflamatórios, realizadas por residentes, entre dois períodos separados por 12 anos . Secundário: Comparar tempo cirúrgico, tempo de internação e transfusão de sangue entre os mesmos períodos.

Método

Análise retrospectiva de 106 nefrectomias videolaparoscópicas, sendo 50 realizadas entre julho de 2002 e dezembro de 2006(54 meses) e 56 realizadas entre agosto de 2018 e fevereiro de 2023 (54 meses). Todos os procedimentos foram realizados em um hospital universitário, por residentes, sob orientação de assistentes experientes, em rins inflamatórios com comprovação anatomopatológica.

Resultados

106 nefrectomias videolaparoscópicas transperitoniais foram realizadas por conta de rins inflamatórios (11 pionefroses, 12 pielonefrites xantogranulomatosas e 83 pielonefrites crônicas) durante todo o período analisado. A conversão para cirurgia aberta ocorreu em 7/56 (12,5%) no período mais recente comparado com 14/50(28%), p=0,0539, no período anterior. O tempo cirúrgico médio foi de 194,2 minutos e 8,34 dias de internação no primeiro período contra 255 minutos e 6,03 dias no período mais recente  Foram realizadas transfusões de sangue em 6 pacientes do primeiro grupo (12%), contra 8 pacientes do segundo grupo (14,5%).  

Conclusão

Com o domínio sobre a técnica videolaparoscópica, os resultados de taxa de conversão e tempo de internação tiveram uma melhora importante, mesmo em centros de treinamento. O aumento do tempo cirúrgico evidenciado no presente estudo pode refletir uma liberdade maior em indicação de casos mais difíceis ou mesmo maior segurança do médico assistente em orientar uma cirurgia feita totalmente por residentes.