Dados do Trabalho
Título
AVALIAÇAO DA ATIVIDADE DAS ENZIMAS DO SISTEMA PURINERGICO, DOS NIVEIS DE PSA E DA CLASSIFICAÇAO TUMORAL EM PACIENTES COM CANCER DE PROSTATA.
Introdução e Objetivo
O câncer de próstata (CP) é reconhecido como um dos mais importantes problemas de saúde enfrentados pela população masculina, sendo um dos cânceres mais prevalentes em todo o mundo. A sinalização purinérgica tem sido objeto de estudo nas neoplasias devido ao seu papel na modulação do crescimento tumoral, na resposta imune antitumoral e no desenvolvimento de metástase. O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade da E-NTPDase e adenosina deaminase (ADA) em linfócitos, os níveis séricos de PSA e a classificação tumoral de pacientes com CP.
Método
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Federal da Fronteira Sul. Os pacientes foram 39 homens recém diagnosticados com CP, anteriormente ao início do tratamento cirúrgico e/ou farmacológico. O grupo controle foi composto por 37 homens com idade semelhante. Foi realizada coleta de 30 mL de sangue periférico para a separação de linfócitos. Os ensaios enzimáticos foram realizados por métodos colorimétricos.
Resultados
A média de idade foi de 66 ± 6,72 anos nos pacientes, e de 65,81±10,30 nos controles (p=0,8503). No grupo de pacientes, 23 (59%) apresentaram níveis séricos de PSA <10 ng/mL antes da intervenção terapêutica. Quanto ao escore de Gleason, 28 (71,8%) apresentaram escore 7 e sobre o estadiamento clínico, 17 (43,6%) apresentaram classificação T2 e 14 (35,9%) apresentaram classificação T3. Quanto ao escore da ISUP, 19 (48,8%) apresentaram classificação 2. Em relação à atividade da E-NTPDase, para a hidrólise do ATP, foi significativamente maior no grupo de pacientes com CP comparada ao grupo controle (p≤0,00005). Para a hidrólise do ADP, a atividade E-NTPDase foi menor nos pacientes comparado ao grupo controle (p≤0,00005). Quanto à atividade da ADA, essa foi estatisticamente menor nos pacientes quando comparada com o grupo controle (p≤0,0005).
Conclusão
A hidrólise aumentada de ATP, possivelmente, está associada ao aumento dos níveis extracelulares desse nucleotídeo, uma vez que o processo carcinogênico envolve eventos relacionados à lesão celular e apoptose. Já, a menor hidrólise de ADP favorece a disponibilidade biológica dessa molécula com potente atividade pró-coagulante, fato que facilita a ocorrência de processos trombóticos. A menor atividade da ADA nestes pacientes promove o acúmulo de adenosina no organismo, a qual pode comprometer a vigilância imune frente ao desenvolvimento tumoral, colaborando para a progressão do CP.
Área
Uro-Oncologia
Instituições
Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS - Santa Catarina - Brasil
Autores
MARCELO ZENI, MARCIO BORTH, ONEIDE SOUZA FIGUEIREDO , CAROLINA MACHADO EISENHUT, VINICIUS RUBIN , ANDRÉIA MACHADO CARDOSO, SARAH FRANCO VIEIRA DE OLIVEIRA MACIEL , DANIELA ZANINI