Dados do Trabalho
Título
Impacto no diagnóstico e tratamento de tumores de bexiga durante a pandemia do coronavírus, no hospital Mário Gatti
Introdução e Objetivo
A pandemia do coronavírus foi um dos principais desafios enfrentados pelos sistemas de saúde no mundo todo. Gerou afastamentos de profissionais da saúde, mudou a dinâmica e obrigou a priorizar situações mais urgentes em detrimento de outras, com cancelamentos de ambulatórios e de cirurgias eletivas (oncológicas e não-oncológicas). O distanciamento social fez com que o paciente evitasse ambientes hospitalares, resultando em maior espaço de tempo entre diagnóstico e tratamento da doença. Atraso este que leva a redução da sobrevida dos pacientes operados. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da pandemia no diagnóstico e tratamento do câncer de bexiga no HMMG, avaliando: - O perfil epidemiológico dos pacientes estudados. - O impacto no diagnóstico de câncer de bexiga superficial versus músculo-invasivo. - O impacto da pandemia no tempo da indicação até a cirurgia. - O impacto da pandemia no acompanhamento pós cirúrgico
Método
Estudo caso-controle, retrospectivo observacional, realizado no Serviço de Urologia do Hospital Municipal Mario Gatti, na cidade de Campinas – SP. Foram analisados todos os pacientes submetidos à ressecção transuretral de bexiga entre março de 2018 e Outubro de 2022. (n 283) Excluídos prontuários com dados insuficientes, paciente operados na urgência via pronto socorro e pacientes com histórico de câncer de bexiga que tenham realizado RTU de bexiga. Selecionados 49 pacientes, divididos entre pandemia (n 27) e pré-pandemia (n 22)
Resultados
Dentre os resultados, destaca-se que há diferença estatística (p>0,05) entre o estadio T2 no período pré-pandemia (13,6%) versus pandemia (22,2%). O tempo entre sintomas e consulta, entretanto, foi menor no período pandemia (p<0,05), porém sem alteração no tempo entre indicação e cirurgia. A maioria dos pacientes operados envolveu homens. Com relação ao tabagismo, temos que 38 (77,6%) dos pacientes tinham o habito do tabagismo e 11 (22,4%) não eram fumantes. Das comorbidades referidas pelos pacientes. 42 (85,7%) relataram ter alguma comorbidade, sendo que a HAS foi a mais prevalente seguida da DM.
Conclusão
Apesar de um maior número de pacientes com estadio T2, o tempo entre sintomas e consulta foi menor no período da pandemia, inferindo que os pacientes sintomáticos foram atendidos mais rapidamente, mas houve menor quantidade de diagnósticos em pacientes assintomáticos. Além disso, a pandemia provavelmente fez com que os pacientes pré-pandemia perdessem seu acompanhamento.
Área
Uro-Oncologia
Instituições
Hospital Municipal dr Mário Gatti - São Paulo - Brasil
Autores
VINICIUS ROLDAN ESCUDEIRO, PABLO ORTIZ CADIMA, WALYSON NAVES GONÇALVES , MURILO TAVARES, GUSTAVO CARLOS SILVA FRIAÇA , PEDRO RAFAEL ALBERTI BARGAS, CAROLINA RIBEIRO MANSINI, ALLAN MAMEDE SANTOS, FABRICIO BENVENUTTI