Dados do Trabalho
Título
INCIDENCIA DE CLIMACTURIA EM HOMENS COM DISFUNÇAO SEXUAL APOS PROSTATECTOMIA RADICAL
Introdução e Objetivo
Define-se por climactúria a perda involuntária de urina no momento do orgasmo. Muitas séries relatam incidências de climactúria superiores a 50% nos pacientes submetidos à prostatectomia radical (PR). Ainda assim, ela permanece como um fenômeno pouco reconhecido e, portanto, não abordado nestes pacientes. Nosso objetivo foi descrever a incidência e as características da climactúria em pacientes submetidos à PR em seguimento por disfunção erétil (DE).
Método
Realizamos uma análise retrospectiva de um banco de dados mantido prospectivamente com homens após PR com queixas de DE refratária. Os pacientes atendidos no grupo de medicina sexual de nossa instituição, no período de junho de 2017 a março de 2021, foram submetidos a uma consulta protocolar que questionou quanto a presença de climactúria, sua frequência, intensidade e associação com incômodo. Outros fatores como a presença de incontinência urinária de esforço (IUE), presença de incontinência excitatória e dados demográficos também foram registrados. Os pacientes foram questionados também se receberam orientações sobre a possibilidade de apresentarem climacturia nas orientações pre-operatórias.
Resultados
Foram avaliados 60 pacientes, com idade média de 68 (±6,15) anos. Climactúria em algum momento foi relatada por 40 pacientes (66,6%). Destes, 65% relataram ocorrer raramente ou ocasionalmente, enquanto 35% relataram ocorrer frequentemente. A presença de incontinência excitatória foi de 26,3%, com todos estes pacientes relatando incômodo associado. De maneira geral, 50% relataram que a climactúria gerava desconforto significativo, enquanto apenas 17,5% percebiam incômodo das parcerias. A grande maioria (93,3%) afirmaram não terem sido avisados previamente quanto à possibilidade desta condição. Entre os pacientes que tiveram climactúria, 16,6% apresentavam IUE associada, mas essa associação não apresentou significância estatística
Conclusão
Esta análise preliminar é uma das primeiras a avaliar a realidade brasileira da frequencia de climactúria pós PR, corroborando a alta incidência, impacto negativo na vida sexual e a falta de orientações no pré-operatório. Seu reconhecimento é fundamental para um melhor aconselhamento aos pacientes.
Área
Disfunção Sexual
Instituições
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - São Paulo - Brasil
Autores
PEDRO DAHER CARNEIRO GAMBERINI, HOMERO RIBEIRO FILHO, THIAGO AFONSO TEIXEIRA, RUBENS PEDRENHO NETO, FELIPE LUEDY AMOEDO, ROGERIO HEGGENDORN SAYAO FILHO, CRISTOVAO BARBOSA NETO, JOSE BESSA JUNIOR, JORGE HALLAK, BRUNO CHIESA GOUVEIA NASCIMENTO