Dados do Trabalho
Título
FIBROANGIOMA MIXOIDE RENAL: UM CASO RARO
Introdução e Objetivo
Angiofibroma é um tipo de tumor mesenquimal raro benigno de partes moles. É descrito como um tumor fibrovascular benigno, que mostra potencial de destruição local. Envolvem predominantemente as extremidades e nasofaringe, porém, também podem ocorrer no tórax, cavidade pélvica e abdome. Ocorrem predominante em pacientes entre 45 e 60 anos, com uma leve predileção pelo sexo feminino. Dessa forma, buscamos relatar o primeiro caso de um angiofibroma renal.
Método
O caso foi obtido em nosso serviço de urologia, sendo também realizada uma revisão da literatura.
Resultados
Os angiofibromas geralmente são nódulos indolores ou massas de crescimento lento. Apesar de benignos, podem apresentar características agressivas localmente. Os sintomas são inespecíficos e podem simular outros tumores locais. A confirmação diagnóstica requer biópsia com exame histológico e imuno-histoquímica. Microscopicamente, apresentam células fusiformes, estroma colagenoso ou mixóide e rede vascular proeminente. A imuno-histoquímica mostra positividade para antígeno de membrana epitelial (EMA) e, em alguns casos, para CD34 e actina de músculo liso (SMA). Imagens, como ressonância e tomografia, auxiliam na delimitação da extensão tumoral. Pela raridade do tumor, não há conduta preconizada, porém, em outros locais do corpo são indicadas ressecção, visando margens negativas, mas a recorrência pode ocorrer mesmo com a ressecção completa. Apesar disso, o prognóstico costuma ser bom. Nosso paciente foi atendido com queixa de hematúria macroscópica, urgência miccional, incontinência urinária e esvaziamento incompleto há 1 anos, após realização de RTU de próstata nesse mesmo período. Relatou ainda que em exames de imagens, foi visualizada massa sólida em rim direito. Realizada tomografia contrastada, que identificou lesão expansiva sólida no terço médio do rim direito, sofrendo impregnação pelo contraste e aparentemente o tumor invadia grupo calicial e pelve renal, medindo 4,8x2,4 cm. Foi optado por realizar uma nefrectomia parcial aberta. A biópsia revelou Angiofibroma exibindo sinais de hemorragia antiga. O paciente teve boa evolução e segue em acompanhamento clínico.
Conclusão
Apresentamos o relato do primeiro caso documentado de angiofibroma renal, destacando a importância de estar atento a manifestações incomuns desse tumor e a necessidade de estudos adicionais para compreender sua etiologia, fatores de risco e opções de tratamento. Esse relato contribui para a literatura médica, expandindo o conhecimento sobre essa condição rara e orientando futuros estudos e abordagens terapêuticas.
Área
Uro-Oncologia
Instituições
Hospital Otávio de Freitas - Pernambuco - Brasil
Autores
Josias Torres de Siqueira Filho, RODOLFO BRILHANTE DE FARIAS, JOÃO PAULO PEREIRA LIMA, JOSÉ DIOGO PEREIRA CANTARELLI, ULYSSES FERREIRA SANTOS, FREDERICO GUILHERME DE OLIVEIRA TENÓRIO BORBOREMA, KETLEN GOMES DA COSTA , HENRIQUE FERREIRA WAGNER, CARLOS FLÁVIO DE ARAÚJO SILVA , RENATO LEAL MATIAS