39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

TECNICA DE "GLANDULAR URETHRAL DISASSEMBLY" EM REOPERAÇAO DE HIPOSPADIAS: UMA ALTERNATIVA VALIOSA PARA FISTULAS DISTAIS E DEISCENCIA GLANDAR

Introdução e Objetivo

As falhas de corrção de hipospádia distal normalmente se apresentam com fístulas coronais ou subcoronárias, ou deiscências da glande peniana.

Considerando que o tecido pode apresentar cicatrizes e fibrose, muitos autores sugerem enxertos inlay em um ou 2 tempos.

Nós, diferentemente, acreditamos que a técnica "Glandular Urethral Disassembly" com desmontagem da glande e pouca mobilização uretral é a abordagem mais eficaz.

O objetivo é revisar nossos dados e demonstrar a efetividade da técnica.

Método

Revisamos todos os casos reoperados em nossa instituição com a técnica de "Glandular Urethral Disassembly" desde 2018.

Os pacientes foram avaliados quanto à idade, tipo de complicação (fístula/deiscência), qualidade da glande, mobilidade da uretra e da pele distal do pênis, número de cirurgias anteriores e técnica empregada na primeira abordagem.

Resultados

Encontramos trinta e seis pacientes tratados como reparo secundário (reoperação), os quais se apresentaram com fístula uretral em 28 casos (77,7%) ou com meato peniano distal em 8 casos (22,3%).

A idade média na cirurgia foi de 2,2 anos (1,3 a 9). E a cirurgia primária predominante foi o reparo feito pela técnica de "Tubularized Incised Plate" (n=30, 83,3%).

Nenhum paciente tinha uretra distal fixa ou não móvel no exame físico, a glande estava bem cicatrizada e todos possuiam uma uretra distal não obstrutiva para um cateter de 8 Fr.

A fístula era puntiforme em 20 e grande em 10 pacientes.

A média de cirurgia prévia foi de 1,3 por paciente.

Não houve intercorrência e a cirurgia foi considerada eficaz em 97,3% dos pacientes. Um paciente teve deiscência parcial da glande que cicatrizou espontaneamente.

O seguimento médio é de 21,4 meses.
 

Conclusão

A técnica de "Glandular Urethral Disassembly" é uma excelente alternativa para reparo de fístula distal (coronal, subcoronal, distal peniana) e reoperações.

Tem a vantagem de evitar enxertos e de não depender da cicatrização do paciente das linhas de sutura em tecido pré-manipulado.

Área

Urologia Pediátrica

Instituições

NUPEP/CACAU NÚCLEO DE UROLOGIA PEDIÁTRICA - São Paulo - Brasil

Autores

TAIANE ROCHA CAMPELO, ANTÔNIO MACEDO JR, HUGO SANTIAGO CRESPO, RAUL GARCIA ARAGON, RENATA ALVES CORREA, RAFAEL JORDAN BALLADARES, SÉRGIO LEITE OTTONI, GILMAR DE OLIVEIRA GARRONE, RICARDO MARCONDES DE MATTOS, MARCELA LEAL DA CRUZ