Dados do Trabalho

Título

AVALIAÇAO DE DESEMPENHO DE ESCORES DE CRITICIDADE PARA GESTAO DE PACIENTES AGUARDANDO CIRURGIA ELETIVA PARA LITIASE URINARIA

Introdução e Objetivo

As filas de pacientes que aguardam cirurgia eletiva são um grande problema em países onde a demanda de procedimentos excede a capacidade dos sistemas de saúde. A gestão adequada dessas filas é fundamental, porém muito difícil de ser realizada de forma congruente por poucos profissionais. Neste contexto, foram criados diferentes escores para auxiliar a discriminar e organizar a criticidade dos pacientes nas filas, como o SCQ-score e escore da Western Canada Waiting List.  Nosso estudo tem por objetivo avaliar a capacidade desses escores em organizar uma fila de pacientes aguardando cirurgia eletiva para litíase por criticidade de forma semelhante a um grupo de endourologistas.   

Método

Criamos doze casos fictícios de pacientes aguardando cirurgia eletiva para cálculos urinários, que foram avaliados por um painel de sete endourologistas com ampla experiência durante duas reuniões focais pelo método Delphi.     Na primeira reunião, os especialistas classificaram a criticidade dos casos fictícios baseando-se apenas em suas experiências e conhecimentos próprios, sendo esta considerada a fila ordenada de forma “padrão-ouro” após consenso. Na segunda reunião os casos foram avaliados pelos especialistas, desta vez usando exclusivamente os escores, gerando duas novas filas para comparação (fila SCQ e fila WCWL).     As filas foram comparadas entre si utilizando o ICC rank order, valores acima de 70% são considerados ótimos para os fins deste estudo.  

Resultados

O ICC entre a fila “padrão-ouro” e a fila SCQ foi de 74% ( IC 0.34 , 0.92 ) e entre a fila “padrão-ouro” e a fila WCWL 67,4% ( IC 0.22 , 0.89 ). Apesar dos bons índices de correlação, o amplo intervalo de confiança permite uma grande permuta nas posições dos pacientes entre as filas. Isso é explicado pelo fato de que inúmeros fatores avaliados por médicos durante a consulta (como gravidade das comorbidades, fragilidade social e econômica, entre outras) não são levadas em consideração de forma direta pelos escores.  

Conclusão

A ordenação manual por criticidade de uma grande fila de pacientes é muito difícil de ser feita. Nesta situação, apresentamos duas ferramentas de fácil aplicação que podem organizar os pacientes segundo prioridade. Seu uso, porém, não exime a avaliação clínica dos casos pelos médicos assistentes, uma vez que inúmeros outros fatores que não são avaliados nos escores podem influenciar a decisão final.