39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

CRONOLOGIA DA RECUPERAÇAO ENDOGENA DE TESTOSTERONA APOS A INTERRUPÇAO DA TERAPIA DE DEPRIVAÇAO ANDROGENICA - RESULTADOS DE UMA ANALISE PROSPECTIVA

Introdução e Objetivo

A recuperação da testosterona (T) após a Terapia de Deprivação Androgênica (TDA) é relatada na literatura como sendo entre 7% e 96%, com dados vindo principalmente de estudos retrospectivos com definições variáveis para esse evento. Idade, diabetes e duração do bloqueio podem afetar o tempo e a magnitude da recuperação. Nosso objetivo foi avaliar prospectivamente as taxas de recuperação da T, bem como sua cronologia, após a interrupção da TDA

Método

Esta é uma análise secundária de um estudo oncológico prospectivo projetado para avaliar o impacto do uso neoadjuvante da TDA em combinação com acetato de abiraterona e prednisona, com ou sem apalutamida, em pacientes com câncer de próstata de alto risco. Ambos os regimes foram administrados durante 3 meses antes da prostatectomia radical (PR). Os níveis de T total (TT) no início da manhã foram coletados (imunoensaio) no início e periodicamente (3, 6 e 12 meses) após a interrupção da TDA. Três desfechos para a magnitude da recuperação da T foram avaliados: retorno a nível não castrado (TT > 50 ng/dL), a nível normal de T (TT ≥ 300 ng/dL) e retorno ao nível basal (BTB - TT ≥ nível basal). Realizamos uma análise de tempo até o evento e relatamos a incidência cumulativa de cada resultado. Foi realizada uma análise multivariada para investigar os preditores de recuperação

Resultados

Dados de 1 ano de seguimento de 53 pacientes estavam disponíveis para análise, e ao menos 1 dado de seguimento de 60 pacientes. A idade média foi de 64,6 (± 5,89), 28% tinham diabetes (DM) e 61% hipertensão (HTN). Os níveis médios de TT foram de 450 ng/dL (±170) no início, 112,7 ± 96,9 aos 3m, 208,5 ± 197 aos 6m, 341,8 ± 172 aos 9m e 381,1 ± 166 aos 12m. A Figura 1 mostra a incidência cumulativa de cada resultado de acordo com o tempo. O tempo mediano para atingir T > 50 foi de 5m, para T > 300 foi de 9,1 m e BTB de 13,1 m. Após 1 ano do término da TDA, 98,1% (52/53) haviam retornado TT para >50, 79,5% (35/44) tinham TT >300 e 33,9% (18/53) haviam retornado ao nível basal. Em uma análise multivariada incluindo DM, HTN, idade e T basal, apenas a T basal foi associada a uma maior chance de recuperação para normalidade (T basal > 450 - 88,5% vs 46,9%, HR: 3,06, p <0,05)

Conclusão

Nesta análise prospectiva, após 1 ano do término de 3m de TDA, a recuperação para níveis basais de T ocorreu em menos da metade dos pacientes, embora 80% tenham recuperaram níveis normais (tempo mediano: 9,1 meses).

Área

Disfunção Sexual

Instituições

HC - FMUSP - São Paulo - Brasil

Autores

BRUNO CHIESA GOUVEIA NASCIMENTO, RUBENS PEDRENHO NETO, PEDRO C E ZANDONÁ , JOSE BESSA , DIOGO ASSED BASTOS, MAURICIO DENER, WILLIAM NAHAS, JORGE HALLAK, JOHN P. MULHALL, CRISTIANO M. GOMES