Dados do Trabalho

Título

NEOPLASIA DE ORGAO SEXUAL MASCULINO POR FAIXA ETARIA NO BRASIL DE 2018 A 2022: UM ESTUDO DESCRITIVO

Introdução e Objetivo

A neoplasia de órgão sexual masculino é rara. No entanto, sua incidência em locais com piores condições socioeconômicas, como o Brasil, é significativa, especialmente devido a fatores como dificuldade e/ou demora à busca pelo atendimento médico, falta de conhecimento, estigma, medo do diagnóstico, além da preocupação gerada pela pandemia no período de 2018 a 2022. Logo, estudos acerca da frequência e distribuição desse tipo de doença são necessários para fundamentar políticas de saúde voltadas para o público que enfrenta maior risco de desenvolver esse câncer. Esse trabalho tem como objetivo descrever o perfil epidemiológico de neoplasias de órgãos genitais masculinos, de acordo com as regiões brasileiras e faixa etária, no período supracitado.

Método

Estudo descritivo, transversal e retrospectivo realizado a partir da coleta de dados disponibilizados pelo Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), acerca da morbidade hospitalar e faixa etária de homens que sofreram neoplasias de órgão genital, no período de 2018 a 2022. As informações foram analisadas por estatística descritiva.

Resultados

Nesse período, houve 30.275 internações, sendo os anos com maior número de internações, em ordem decrescente: 2019, com 6.405 (21,15%); 2018, com 6.267 (20,70%); 2021, com 6.105 (20,16%); 2020, com 5.837 (19,37%); 2022, com 5.661 (18,69%). Houve uma diminuição de 11,61% entre os anos de maior e menor internações (2019 e 2022). Em relação à faixa etária, as maiores prevalências compreendidas foram, em ordem decrescente: 20-29 anos, com 6.449 (21,3%); 30-39 anos, com 6.002 (19,82%); 60-69 anos, com 3.831 (12,65%); 50-59 anos, com 3.785 (12,5%); 40-49 anos, com 3.584  (11,83%); 70-79 anos, com 2.901 (9,58%); 15-19 anos, com 1.658 (5,47%); 80 anos ou mais, com 1.476 (4,87%); 1-4 anos, com 430 (1,42%); 10-14 anos, com 306 (1,01%); 5-9 anos, com 191 (0,63%); menor que 1 ano, com 71 (0,23%).

Conclusão

Embora tenha ocorrido uma diminuição de internações no último ano, os parâmetros não evidenciaram uma diferença notável entre os anos pandêmicos (2020 e 2021) e não pandêmicos (2018, 2019 e 2022). Ademais, evidenciou-se uma maior prevalência de internações nas faixas etárias de indivíduos com vida sexual ativa (>14,9 anos), sugerindo a associação entre o desfecho e esse fator.