Dados do Trabalho

Título

COMPARAÇAO DO PERFIL DE PACIENTES SUBMETIDOS A RECONSTRUÇAO URINARIA POR URETEROSTOMIA CUTANEA E URETEROILEOSTOMIA PELA TECNICA DE BRICKER

Introdução e Objetivo

O câncer de bexiga é uma das neoplasias mais comuns do trato urinário, sendo a 12º neoplasia mais frequente no Brasil de acordo com o Instituto Nacional de Câncer. O tratamento padrão para os cânceres de bexiga músculo-invasivos é a cistectomia radical. A remoção da bexiga é seguida da reconstrução da via urinária, sendo a ureterostomia cutânea e a ureteroileostomia à Bricker as técnicas mais usadas. A técnica de Bricker apresenta melhores resultados, porém sua adoção exige um perfil de paciente adequado. Em paciente com muitas comorbidades e idade avançada a ureterostomia cutânea passa a ser a opção de escolha. O presente estudo visa comparar o perfil e evolução pós operatória dos pacientes submetidos aos dois tipos de reconstrução urinária.

Método

Trata-se de um estudo observacional retrospectivo. Os dados foram obtidos com base em revisão de prontuários de todos pacientes submetidos a cistectomia radical em um serviço de referência no estado do Espírito Santo entre janeiro de 2015 e abril de 2023. As variáveis estudadas foram: idade, tabagismo, hipertensão arterial sistêmica, diabetes, tipo de reconstrução, tempo de internação, reabordagem cirúrgica em 30 dias e o óbito em 30 e 90 dias pós operatório.

Resultados

Do total de 67 pacientes, 58 foram incluídos no estudo. Dos pacientes submetidos a reconstrução à bricker, 13 eram hipertensos, 15 eram tabagistas e 5 eram diabéticos. Já no grupo submetido a ureterostomia cutânea, 18 eram hipertensos, 16 eram tabagistas e 9 eram diabéticos. A análise de óbito, reabordagem, tempo de internação e idade estão descritas na tabela 1.

Conclusão

A partir dos dados obtidos, conclui-se que os pacientes submetidos à técnica de bricker são pacientes mais jovens e com menor número de comorbidades. Contudo, apresentaram maior taxa de reabordagem cirúrgica e semelhante taxa de mortalidade. Conclui-se que a reconstrução a bricker apresenta maiores riscos, enquanto a ureterostomia mostra-se mais segura para pacientes com maiores comorbidades e pior quadro geral. Assim, salienta-se a importância de uma avaliação criteriosa na escolha do método de reconstrução, com fim de garantir o melhor resultado para o paciente. Vale ressaltar que a diferença encontrada pode ser devido ao acaso, não podendo-se rejeitar a hipótese nula. Nesse sentido, é relevante a continuação do estudo para aumento do espaço amostral e análise dos desfechos por maior período para aumento do poder estatístico.