Dados do Trabalho

Título

DIAGNOSTICO CLINICO DA INCONTINENCIA URINARIA, QUAIS ASPECTOS O MEDICO DEVE CONSIDERAR EM SUA AVALIAÇAO?

Introdução e Objetivo

Uma boa avaliação da incontinência urinária (IU) auxilia o médico a identificar os subtipos deIU mais frequentes: de esforço, mista e urgência.  A prática médica baseada em evidências tem como objetivo avaliar e tratar conciliando os valores das pacientes. Não existe “padrão ouro” para diagnosticar os subtipos incontinência urinaria. Neste estudo analisamos e comparamos dois critérios diagnósticos: clínico e baseado nos questionários.  Objetivo: comparar o diagnóstico médico com o de sintomas autorreferidos pelas pacientes nos questionários  

Método

Este é um estudo observacional transversal descritivo baseado em uma coleta dados planejada e sistematizada. Foram incluídas mulheres incontinentes com idade superior a 18 anos, encaminhadas das Unidades Básicas de Saúde, localizadas no estado de São Paulo. O atendimento especializado foi realizado num ambulatório de Disfunção Miccional Feminina. O diagnóstico clínico foi baseado na avaliação do especialista, na história clínica, anamnese e quando necessário realizou-se estudo urodinâmico. O diagnóstico de sintomas foi obtido dos questionários: International Consultation on Incontinence Questionnaire-Short Form e Overactive Bladder Validated 8-question.

Resultados

Participaram deste estudo 635 mulheres incontinentes, 467 possuíam diagnóstico clínico, baseado experiência do médico especialista, 590 foram capazes de preencher os questionários e possuíam diagnóstico baseado neste instrumento. Foram diagnosticadas clinicamente com incontinência de esforço 181 mulheres, 219 com incontinência mista e 67 com incontinência urgência. Segundo Kappa ponderado uma concordância moderada foi encontrado entre o diagnóstico médico e diagnóstico autorreferido pelas pacientes nos questionários de 0,43 com intervalo de confiança de 95% [0,30; 0,55] para 424 pacientes. Analisando as discordâncias, das 229 pacientes que foram diagnosticadas com incontinência urinaria mista nos questionários, 77 foram diagnosticadas pelo médico com incontinência urinaria de esforço. Destas 52 pacientes (67%) responderam que se afetavam muito ou muitíssimo com sintomas de urgência, e 45 % delas referiram estar incomodadas por perder urina na cama.  

Conclusão

O médico deve considerar em sua avaliação, a concordância moderada entre os diagnósticos. Fatores como a forma de conduzir anamnese, dificuldade na compreensão das perguntas feitas pelo médico e no preenchimento dos questionários podem justificar esses achados.