Dados do Trabalho
Título
COMPARATIVO EPIDEMIOLOGICO DO CANCER DE PENIS ENTRE AS POPULAÇOES DO SUDESTE E NORDESTE BRASILEIROS DO ANO DE 2015 A 2021
Introdução e Objetivo
O câncer de pênis acomete homens, predominantemente com 50 anos ou mais. Tem maior incidência em países emergentes, como o Brasil, e afeta mais regiões com menor desenvolvimento socioeconômico. No Brasil, o câncer peniano representa 2% das neoplasias que atingem homens, podendo chegar a 10% no Nordeste. Está associado a maus hábitos de higiene e à presença de fimose, além de se relacionar com o papilomavírus humano. O objetivo deste trabalho, portanto, é realizar um comparativo epidemiológico do câncer de pênis no Nordeste e Sudeste, a fim de analisar os principais fatores envolvidos em cada região.
Método
Para tanto, utilizou-se o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde como fonte de dados relacionados à neoplasia maligna de pênis nas regiões em questão entre 2015 e 2021. Em posse desses dados, foram realizados cálculos de indicadores epidemiológicos.
Resultados
Os acometidos apresentam idade média de 59,59 anos no Nordeste e de 59,85 anos no Sudeste. A incidência no Nordeste foi maior do que no Sudeste em todos os anos analisados, sendo 2019 o ano de maior incidência, com a taxa de 1.19/100 mil habitantes, enquanto no Sudeste foi de 0.9/100 mil habitantes neste ano. A mortalidade no Nordeste também foi maior nesse período, chegando a 0.6/100 mil habitantes em 2015, quando o Sudeste apresentava uma mortalidade de 0.37/100 mil habitantes. Essa mortalidade foi maior dentre a população parda na região Nordeste, a qual representou 63.15%, enquanto a população branca foi a mais acometida no Sudeste, representando 69.12% dos óbitos na região. Ainda, os indivíduos com nenhuma escolaridade tiveram maior mortalidade no Nordeste com 81.87%, enquanto os homens com 1 a 3 anos de escolaridade tiveram maior taxa de mortalidade no Sudeste. A neoplasia maligna apresentou estadiamento de grau 4 predominantemente no Nordeste, com o percentual de 13.20%, enquanto no Sudeste, foi de 7.15%. Em contrapartida, o tratamento cirúrgico esteve mais presente no Sudeste com percentual de 63.45%, e representou apenas 48.25% das formas terapêuticas no Nordeste, mesmo este apresentando maior taxa de casos com estadiamento grau 4 que possui indicativo cirúrgico.
Conclusão
Os indicadores mostram uma maior vulnerabilidade do Nordeste em relação a essa neoplasia. Esse cenário pode estar ligado à disparidade socioeconômica e educacional entre as duas regiões. Logo, é de extrema importância nesta região a educação em saúde voltada para a higiene íntima masculina.
Área
Uro-Oncologia
Instituições
UFPE - Pernambuco - Brasil
Autores
MATHEUS SAMPAIO SERRANO, KARINA DA SILVA BRASIL, DANILO MICAEL DA SILVA, JULYA HELLEN AZEVEDO, JOÃO MARCOS ASSUMPÇÃO, TIAGO DE ANDRADE MONTEIRO, GUILHERME JOSÉ GOMES DE LUNA, MATHEUS VINICIUS SANTOS, JOÃO PEDRO DE CARVALHO, GABRIELA ALBUQUERQUE MELO