39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

DIODO EMISSOR DE LUZ NO TRATAMENTO DA SINDROME GENITURINARIA DA MENOPAUSA: AVALIAÇAO DA FUNÇAO URINARIA.

Introdução e Objetivo

A diminuição do estrógeno pode causar a Síndrome Geniturinária da Menopausa que é composta por queixas locais, incluindo incontinência urinária. O tratamento é feito geralmente com estrogênio tópico e fisioterapia do assoalho pélvico, mas terapias baseadas em energia têm despontado como alternativa conservadora não hormonal. Uma dessas terapias é o diodo emissor de luz (LED), com evidência de ação antimicrobiana, potencialização da proliferação celular e cicatrização. O presente estudo se propôs a analisar o impacto do tratamento com LED 405nm nos sintomas urinários da Síndrome Geniturinária da Menopausa.

Método

Trata-se de um ensaio clínico randomizado e cego. Foram incluídas mulheres entre 18 e 65 anos, com histórico de câncer de mama, com pelo menos um sinal e sintoma da síndrome. Foram excluídas pacientes em reposição hormonal sistêmica ou vaginal há 6 meses, gestantes, presença de infecção vaginal ativa, fotobiomodulação há 3 meses ou progressão para doença metastática. As pacientes foram randomizadas nos grupos LED e sham. O procedimento consistiu na aplicação do LED via intravaginal com gel aquecido a 38ºC, com 5 sessões semanais, de 8 minutos cada, concomitante ao treinamento dos músculos do assoalho pélvico. O grupo sham foi tratado com o mesmo protocolo com o dispositivo LED desligado. Para medidas de resultados foi utilizado o questionário ICIQ-SF (International Consultation on Incontinence Questionnaire – Short Form), aplicado antes do tratamento, 1 semana, 1 mês e 3 meses após o tratamento.

Resultados

A amostra foi composta por 71 pacientes com 35 no grupo LED e 36 no sham. O cálculo amostral evidenciou um poder de 38%. A análise intragrupo mostrou que houve diferença significativa entre os scores do ICIQ-SF no grupo LED (p=0,012) e não houve diferença entre os scores no grupo sham (P>0,05). O teste de Wilcoxon mostrou, no grupo LED, diminuição significativa do score ICIQ-SF 1 semana após o tratamento comparado ao score antes do tratamento (p=0,017). No entanto, não houve diferença quando comparados aos scores das reavaliações 1 mês e 3 meses após o tratamento. A análise intergrupos não mostrou diferença significativa entre os grupos LED e controle.

Conclusão

O estudo mostrou melhora dos sintomas urinários na 1ª semana no grupo LED, mas sem melhora no longo prazo. Novos ensaios clínicos com maior poder estatístico e follow-up de longo prazo são necessários para verificar a eficácia terapêutica.

Área

Disfunções Miccionais: IU / Urologia Feminina / Uroneurologia / Urodinâmica

Instituições

Escola Bahiana de Medicina e Saúde Humana - Bahia - Brasil

Autores

ILANNA OLIVEIRA DE CARVALHO , DANIELA GALVAO BARROS, MARIA CLARA PAVIE, DANIELLE SANTANA MACÊDO SODRÉ, NINA BASTOS DOURADO LINO, GABRIELLE SILVA CARVALHO, CARINA OLIVEIRA SANTOS, ALCINA TELES, PATRICIA LORDELO, MARÍLIA FÉLIX DOS SANTOS MOTA