39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

FRATURAS DE PROTESES PENIANAS MALEAVEIS EM UM SERVIÇO TERCIARIO - O QUE PODEMOS APRENDER EM UMA ANALISE PRELIMINAR DOS ULTIMOS 15 ANOS

Introdução e Objetivo

Próteses penianas maleáveis são amplamente utilizadas no tratamento da disfunção erétil refratária no Brasil. Sua falha mecânicas (fraturas) são pouco relatadas na literatura. Esse estudo tem como objetivo reportar e descrever as fraturas de prótese peniana diagnosticadas e tratadas em nosso serviço nos últimos 15 anos.

Método

Estudo retrospectivo com base na revisão dos prontuários das cirurgias revisionais de prótese peniana por fratura do HC FMUSP de 2008 a 2023. Os dados levantados incluíram dados clínicos na colocação da primeira prótese (idade, indicação e comorbidades), características intra-operatórias (marca, calibre e comprimento da prótese, uso de extensor e intercorrências), \ dados clínicos da fratura (tempo de aparecimento dos sintomas, dor, instabilidade, impacto na capacidade de penetração), métodos diagnósticos (exame físico, raio X e RMN) e achados intra-operatórios da troca de prótese (calibre e comprimento, uso de extensor, aumento da prótese com a troca, características, localização e número de fraturas). Os dados foram avaliados e reportados de maneira descritiva. 

Resultados

Dos 683 pacientes submetidos à colocação de prótese peniana neste período, 36 (5,2%) tiveram necessidade de 47 cirurgias revisonais por fratura, com 10 com fratura em mais de um episodio. A idade média dos pacientes na colocação do primeiro implante foi de 59 anos (27 - 72), sendo a indicação da prótese metabólica em 15 (41,6%), oncológica em 14 (38%), Doença de Peyronie em 5 (13%), priapismo em 1 (2,7%) e neurológica em 2 (5%) dos pacientes. As fraturas ocorreram uma mediana de 5 anos meses (mediana 63 meses: 3 - 168 meses) após a colocação. O principal sintoma foi a instabilidade, relatado em 42 (89%) das fraturas, com 32 (68%) casos de dificuldade de penetração, 6 (12,7%) com incapacidade de penetração e apenas 4 (8%) sem reportar comprometimento da penetração. Dor foi relatada em apenas 10 (21%) das fraturas. A grande maioris (86%, n = 40) dos casos tinham exame fïsico alterado, enquanto o raio X estava alterado em apenas 25 (80%) dos 31 casos em que foi realizado e a RMN só evidenciou fratura em 2 (22%) dos 9 casos em que foi solicitada, ressaltando as limitações propedêuticas, com incompatibilidade entre os achados pré e intra-operatórios em 27% (13) dos casos.

Conclusão

A fratura é uma complicação subnotificada das Próteses Maleáveis mas que pode ocorrer tanto no pós-operatório precoce quanto tardio

Área

Disfunção Sexual

Instituições

HC FMUSP - São Paulo - Brasil

Autores

MANUELA HORTA MARTINS PENNA, DANILO NAGATO, CARLOS VICTORIA NETO, GABRIEL PEREIRA DE OLIVEIRA LIMA, PLINIO GOES, EDUARDO ZINONI SILVA PATO, JOSE DE BESSA, WILLIAM CARLOS NAHAS, BRUNO CHIESA GOUVEIA NASCIMENTO, JORGE HALLAK