Dados do Trabalho

Título

O IMPACTO DA PANDEMIA DO SARS COV-2 EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Introdução e Objetivo

Introdução: A pandemia pelo vírus Sars CoV-2 foi comunicada às crianças e aos adolescentes, por seus pais e por notícias televisivas, retratando o risco de morte e escassez de recursos. Estes fatores podem ter influenciado diretamente a saúde mental, a autoestima e o funcionamento dos infantes. O nível de estresse, a violência, o medo da contaminação e do desemprego teriam levado a um novo formato de rotina para a família dessa população com enurese. Objetivo: Avaliar o Impacto da Pandemia do Sars CoV-2 em Crianças e Adolescentes com Enurese.

Método

Método: Foi realizado um estudo prospectivo, descritivo, qualitativo, com 68 crianças, através da aplicação do formulário digital google forms, para pais de crianças entre 05 e 17 anos. Não foi incluída população com alteração neurológica, alteração anatômica do trato urinário inferior ou alteração psiquiátrica.

Resultados

Das 68 crianças e adolescentes, com idade média de 9,38 anos (±1,30) sendo 44 meninos e 24 meninas. A maior parte das crianças dormiam sozinhas 60,29% (41/68) houve constância na frequência da perda urinária em 63,23% (43/68) dos casos e piora da enurese em 14,70% (10/68). Antes da pandemia a frequência de enurese era de 3,94 dias por semana com desvio de ± 0,74, sendo que 38,23% (26/68) apresentavam perda urinária durante o sono diariamente. Tiveram dificuldade em buscar acompanhamento médico para tratamento 39,70% (27/68). Na análise da percepção dos pais sobre a qualidade de vida do filho neste período, 38,23% (26/68) respondeu ter tido piora, e na relação familiar houve piora em 14,7% (10/68) dos casos. Os responsáveis por limpar as roupas de cama molhadas foram os pais em 77,94% (53/68) dos casos, sendo considerado, na literatura, como um fator estressor. Sobre punir seus filhos, das 68 crianças deste estudo, 32,35% (22/68) sofreu algum tipo de punição por não controlar a micção, sendo punição verbal 20,58% (14/68), punição física sem contato 7,35% (5/68) e punição física com contato 4,41% (3/68), o que poderia estar relacionado com as respostas terem sido obtidas por questionário auto respondido.

Conclusão

Na população estudada, a pandemia teve impacto na enurese levando ao aumento de casos ou manutenção deles, diminuição de acompanhamento médico e a percepção de piora na qualidade de vida e nas relações familiares no mesmo período. Este achado preliminar sugere uma pesquisa maior que explore estes fatores de forma presencial em crianças e adolescentes com enurese.