Dados do Trabalho

Título

PANORAMA DOS TRANSPLANTES RENAIS NA BAHIA ENTRE OS ANOS DE 2017 E 2021: UMA ANALISE DO IMPACTO DA PANDEMIA DE SARS-COV-2.

Introdução e Objetivo

O transplante renal é considerado padrão ouro como tratamento para substituição da função renal em pacientes com doença renal terminal.  A pandemia causada pela COVID-19 restringiu os programas de transplantes no mundo todo. O Brasil também foi atingido de forma considerável, tendo uma redução de 18,4%, principalmente pela suspensão de grande parte dos serviços responsáveis por transplante. Diante disso, o objetivo deste estudo é analisar o impacto epidemiológico da pandemia de COVID-19 nos transplantes renais entre os anos de 2017 e 2021 no estado da Bahia.

Método

Trata-se de um estudo observacional, transversal, de caráter descritivo com coleta de dados obtido através do boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB). As variáveis de interesse são os pacientes adultos acima de 18 anos, submetidos ao transplante renal (intervivos ou cadáver) durante os períodos de 2017 a agosto de 2021.

Resultados

​Ao todo foram realizados 1.096 transplantes renais no estado da Bahia, sendo destes 1.019 (92,97%) transplantes renais com enxerto de doador cadáver e 77 (7,03%) transplantes renais intervivos. Dentre os anos, podemos observar um crescimento relativo das cirurgias entre 2017 e 2019, com aumento de até 234,12%. O ano de 2019 é o que apresenta maior percentual de cirurgias realizadas no estado dentre os anos comparados, com 295 (26,91%) procedimentos. Observamos também que entre os anos de 2020 e 2021 houve um declínio na taxa de transplantes realizados quando comparado ao ano de 2019, sendo realizados 235 (21,44%) em 2020 e 253 (23,08%) em 2021.  Dentre os hospitais, destaca-se o Hospital Ana Nery, como o principal centro de transplantes do estado, apresentando em números totais 529 (48,27%) e o Hospital Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana com 303 (27,65%) dos transplantes durante os anos de 2017 a 2021. Os demais hospitais apresentaram porcentagem inferior a 11,4%.

Conclusão

Ao analisar os dados, destacamos que a pandemia da COVID-19 impactou a taxa de transplantes realizados no estado da Bahia, com redução importante durante o período. Isso foi favorecido, certamente, pela diminuição no número de doações de órgãos e pelo aumento das restrições para realização de procedimentos cirúrgicos, como o transplante renal.