Dados do Trabalho
Título
AVALIAÇAO DA EXPRESSAO DAS CALICREINAS KLK4, KLK14 E KLK15 EM PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM CANCER DE PROSTATA DE ALTO RISCO
Introdução e Objetivo
Câncer de próstata é um grande problema de saúde pública no mundo, sendo que 15% dos casos diagnosticados são classificados como de alto risco. Entretanto, há poucos estudos na literatura que buscam identificar e tentar compreender os pacientes diagnosticados com tumor de alto risco de apresentar recidiva bioquímica. Sabe-se que as calicreínas, desempenham um papel importante no desenvolvimento e progressão de doenças, inclusive no carcinoma prostático, essas alterações podem estar associadas com funções fisiológicas ou patológicas, o que contribui para a progressão tumoral, dessa forma, o presente estudo se objetivou em analisar a expressão das calicreínas (KLK4, KLK14 e KLK15) em pacientes com câncer de próstata de alto risco que evoluíram ou não com recidiva na tentativa de identificar se esses genes podem ser utilizados como biomarcadores de predição de recidiva.
Método
Retrospectivamente, selecionamos 54 amostras de espécimes cirúrgicos de pacientes diagnosticados com câncer de próstata, classificado como de alto risco após a aplicação dos critérios de D’amico, desses 31 evoluíram com recidiva e 16 não evoluíram. Para a análise da expressão dos genes selecionados, obtivemos o RNA total dos espécimes cirúrgicos através da extração de RNA, com auxílio do Kit SV Total Isolation (Promega®, Madison, WI, EUA), posteriormente, realizamos a síntese do cDNA do RNA utilizando o kit High-Capacity cDNA Reverse Transcription® (AppliedBiosystems) que utiliza a Transcriptase reversa MultiscribeTM e primers randômicos, em seguida, as expressões gênicas foram avaliadas a partir do cDNA utilizando a metodologia de transcrição reversa seguida da reação em cadeia da polimerase em tempo real quantitativa (qPCR).
Resultados
Ao compararmos o grupo que evoluiu com recidiva com o grupo que não evoluiu, identificamos uma maior expressão dos genes KLK4 (p = 0,0039) e KLK14 (p = 0,0166), entretanto o gene KLK15 não apresentou nenhuma diferença significante. Também avaliamos os dados obtidos com os fatores clínicos patológicos, assim encontramos uma possível associação prévia entre um menor escore de Gleason (≤ 7) com a superexpressão dos genes KLK4 (p = 0,0848) e KLK14 (p = 0,0383). Em relação aos níveis séricos de PSA, não identificamos nenhuma diferença estatística relevante.
Conclusão
Postulamos que os genes KLK4 e KLK14 podem ser utilizados após validação dos dados com uma casuística maior como marcadores de predição para recidiva bioquímica após o tratamento curativo.
Área
Ciência Básica
Instituições
FMUSP - São Paulo - Brasil
Autores
POLIANA ROMAO DA SILVA, GIOVANA VILAS BOAS CAETANO, RUAN PIMENTA, GIOVANNA TAMARINDO , IRAN SILVA, VICTOR SROUGI, WILLIAM NAHAS, MIGUEL SROUGI, KÁTIA RAMOS MOREIRA LEITE, SABRINA REIS