39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

ADRENALECTOMIA LAPAROSCOPICA EM HOSPITAL UNIVERSITARIO TERCIARIO E RECOMENDAÇOES INTERNACIONAIS. CONSEGUIMOS ATINGI-LAS? FAZEM DIFERENÇA?

Introdução e Objetivo

A adrenalectomia laparoscópica é hoje a via de preferência para a remoção da maioria dos tumores adrenais (TA). Conhecendo que a cirurgia é a única forma de cura para o TA maligno, A European Society of Endocrine Surgeons (ESES) e European Network for the Study of Adrenal Tumors em suas recomendações para o manejo dos TA, estabeleceram que os mesmos devam ser conduzidos em centros que contenham equipes multidisciplinares compostas por endocrinologista, radiologista e cirurgião especializados no tratamento de TA e que realizem no mínimo 15 adrenalectomias/ano. Considerando hospital universitário terciário como centro especializado para o tratamento de TA, o objetivo deste estudo é avaliar se o mesmo satisfaz estas diretrizes cirúrgicas e sua possível importância.

Método

Coorte retrospectiva de 170 adrenalectomias realizadas nos últimos 10 anos (2013 a 2022), separadas em dois quinquênios (2013/2017 e 2018/2022) para avaliação das características populacionais e de resultados cirúrgicos.

Resultados

Foram 120 adrenalectomias na população adulta (≥ 18 anos), 52 no primeiro e 68 no segundo quinquênio; e 50 em crianças (< 18 anos), 26 e 24 nos respectivos quinquênios. Considerando a população adulta e pediátrica, por serem tratadas pela mesma equipe cirúrgica em hospital terciário, no primeiro quinquênio foram aproximadamente 16 adrenalectomias/ano e no segundo 18/ano. Na população adulta a idade média foi de 50 ± (14,8) anos e 14 (12%) bilaterais. Na população pediátrica a idade média foi de 6,3 ± (5,7) anos e 14 (29%) bilaterais. Considerando somente a população adulta, a maioria das adrenalectomias 90 (75%) foram laparoscópicas, sendo 37 (71%) nos primeiros e 53 (78%) últimos 5 anos. A conversão ocorreu em 6 (16%) e 3 (6%) casos nos primeiros e últimos 5 anos, respectivamente (p<0,05). O tempo operatório reduziu de 227 minutos para 192 minutos do primeiro para o segundo quinquênio (p<0,05). No primeiro quinquênio 2/6 conversões ocorreram por sangramento e no segundo nenhuma.

Conclusão

A equipe cirúrgica, responsável pelas adrenalectomias na equipe multidisciplinar para o manejo do TA, satisfez as diretrizes europeias quanto ao número mínimo de procedimentos recomendados por ano. A importância em satisfazer as recomendações internacionais europeias, possivelmente, esteja fazendo diferença visto o aumento do emprego da via laparoscópica, redução da taxa de conversão, especialmente por sangramento, e tempo operatório no último quinquênio da década analisada. 

Área

Uro-Oncologia

Instituições

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto - São Paulo - Brasil

Autores

RODRIGO COELHO DE CARVALHO, HEITOR RAMOS RUELLAS, KAREN GIULIA RODRIGUES, JOÃO MANOEL SANTOS BOTELHO, ISMAEL ALVES MOREIRA, RAFAEL DEL CIAMPO SILVA, JOÃO VICTOR FUZETA PERES, ANDREY GARCIA ESTEVANATO, SILVIO TUCCI JUNIOR, CARLOS AUGUSTO FERNANDES MOLINA