Dados do Trabalho
Título
DESFECHOS DO TRATAMENTO CIRURGICO COM TECNICAS DE PLICATURA PENIANA EM PACIENTES COM DOENÇA DE PEYRONIE E DEFORMIDADES SEVERAS
Introdução e Objetivo
As técnicas cirúrgicas existentes para Doença de Peyronie (DP) têm diferentes perfis de vantagens e desvantagens em relação a desfechos, como encurtamento, disfunção erétil pós operatória e satisfação. Nosso objetivo é reportar os desfechos cirúrgicos de técnicas de plicatura em pacientes com DP severa.
Método
Estudo observacional tipo coorte, em pacientes com Doença de Peyronie de um hospital terciário. Após ampla discussão sobre alternativas técnicas, pacientes foram submetidos à plicatura peniana e tiveram seus dados pré, intra e pós-operatório levantados retrospectivamente. Comprimento peniano foi medido com régua rígida do púbis à ponta com o pênis flácido esticado (MPFE). Curvaturas foram aferidas com goniômetro. Ereção foi aferida em escala 0-10. Questões subjetivas incluíram: percepção e incômodo com encurtamento e curvatura residual, bem como a capacidade de penetração; “você está mais satisfeito agora em relação a antes de cirurgia?”. Taxas de satisfação foram medidas de diferentes maneiras incluindo escala 0-10 e uma pergunta sobre arrependimento.
Resultados
48 procedimentos de plicatura foram realizados entre novembro/2017 e dezembro/23, com dados objetivos pré e intra-operatórios de todos disponíveis para esta análise. Destes, dispusemos de dados completos de seguimento de 20 pacientes, com follow up médio de 20,4 meses. Na amostra geral, a média de curvatura intra-op foi de 54,15 graus (DP 15,58), e ao término das plicaturas de 10,54 graus (DP 5,87). No seguimento, 55% (11/20) dos pacientes relataram perceber alguma curvatura residual, gerando algum incômodo para 18% (2/11) destes. A capacidade de penetração após a cirurgia foi de 95% (19/20), com a única exceção estando relacionado a um problema de rigidez. A média de função erétil (escala de 0-10) foi de 7,36 (DP 1,46) no pré-operatório e de 7,26 no pós-operatório (DP 2,25). A taxa objetiva de encurtamento peniano foi de 14,8%, com 75% de percepção subjetiva, mas com algum incomodo em 26%. Apesar destas taxas de incômodo, a frequência sexual média passou de 2,78 (DP 3,43) relações por mês no pré-operatório para 6,78 (DP 5,4) no pós-operatório. 100% responderam que estão melhores após a cirurgia e que a fariam novamente. O escore de satisfação foi de 8,8 (DP 1,47).
Conclusão
Nesta amostra de pacientes com DP severa, nossos resultados demostraram que a técnicas de plicatura após discussão ampla sobre alternativas técnicas oferecem resultados satisfatórios do ponto de vista objetivo, funcional e subjetivo.
Área
Disfunção Sexual
Instituições
Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP) - São Paulo - Brasil
Autores
PEDRO CAETANO EDLER ZANDONA, RUBENS PEDRENHO NETO, JOSÉ DE BESSA, CRISTÓVÃO BARBOSA, PLINIO MOREIRA DE GOES, IGOR VALENTE COIMBRA, EDUARDO ZINONI SILVA PATO, WILLIAM CARLOS NAHAS, JORGE HALLAK, BRUNO CHIESA GOUVEIA NASCIMENTO