Dados do Trabalho


Título

Miocardite Pós-COVID na Ressonância Magnética Cardíaca: uma série de casos

Introdução

A pandemia pelo coronavírus (COVID-19) tem feito parte da vida da população mundial desde 2019 e seus desfechos epidemiológicos têm sido de grande relevância para o contexto sócio-econômico de todos os países do globo.
Dentre as diversas formas de acometimento dos diversos sistemas, o coração tem sido um foco importante e cada vez mais relatado, principalmente das novas cepas do vírus e em pacientes com fatores de risco conhecidos como doença cardíaca prévia, diabetes, hipertensão, obesidade, idosos, etc.
O estudo atual visa demonstrar as características de uma série de casos de miocardite pós-COVID em um hospital terciário, enfatizando os aspectos de imagem baseados em estudos de RMC.

Descrição

Esta série de casos foi estruturada com base em exames de RMC em um hospital terciário, tendo como base os achados de imagem de 9 pacientes sintomáticos com história prévia de infecção por covid-19, sendo 5 do sexo masculino e 4 do sexo feminino.
Os pacientes do presente estudo possuem média de idade de 41,8 anos (DP ± 13,0) e os principais dados referentes aos mesmos seguem na tabela a seguir.
Três pacientes apresentaram derrame pericárdico associado.
Quatro pacientes apresentaram algum grau de disfunção ventricular, sendo que apenas um paciente apresentou aumento de átrio e ventrículo esquerdos.
Nenhum paciente evidenciou aumento das câmaras cardíacas direitas.

Discussão

O estudo do miocárdio como foco de acometimento secundário pela COVID-19 tem sido alvo de grande número de estudos, sendo postulado que o dano seja decorrente de desregulação neuro-humoral e imuno-inflamatória.
Comumente a descrição da miocardite é apoiada por exames de troponina elevada e devido aos fenômenos inflamatórios sistêmicos e miocárdicos associados, os pacientes podem evoluir com remodelamento cardíaco e disfunção miocárdica.
O padrão de imagem na ressonância segue o mesmo critério das outras etiologias de miocardite,  com presença de disfunção ventricular global ou segmentar, demonstrando: edema miocárdico, pericardite e realce tardio de padrão não isquêmico.
O realce ocorre cerca de 7 a 10 minutos após a injeção do contraste (gadolínio), observando-se acúmulo extracelular do meio contraste, como já descrito nos casos de etiologia isquêmica.
A avaliação por este método também inclui a detecção de edema miocárdico (bem identificado pelos mapas T1 e T2) e a determinação quantitativa do volume extracelular.

Palavras Chave

Miocardite; Ressonância magnética; Realce tardio; Covid; MAPA.

Área

Cardiovascular

Instituições

UFES - Espírito Santo - Brasil

Autores

Tony Coimbra Cara, Ricardo Andrade Fernandes De Mello, Bernardo Baptista da Cunha Lopes, Patrícia Abaurre Moulin Machado