Dados do Trabalho
Título
A importância da Ressonância Magnética no diagnóstico da Romboencefalosinapsis
Introdução
Romboencefalosinapsis (RES) é uma malformação cerebelar única caracterizada pela continuidade dos hemisférios cerebelares ao longo da linha média com ausência parcial ou completa do vérmis cerebelar e fusão dos núcleos denteados. Subgrupos de pacientes também apresentam outras malformações cerebrais, como fusão do mesencéfalo com estenose aquedutal, características craniofaciais atípicas e malformações somáticas. Ademais, geralmente está relacionada à Síndrome de Gómez-López-Hernández e de associação VACTERL (anomalias vertebrais, anais, cardíacas, traqueoesofágicas, renais e dos membros). É uma doença rara com prevalência de 1/1.000.000 e de etiologia ainda desconhecida, mas as causas propostas incluem defeitos genéticos. À vista disso, os achados clínicos incluem sacudir a cabeça em “oito”, hipotonia, movimento ocular anormal, ataxia, convulsão, comprometimento cognitivo, distúrbios psiquiátricos e atraso no desenvolvimento. Diante disso, a presença das seguintes características nos exames de imagem pré ou pós-natal são indicativos da doença: estenose aquedutal, malformação de Chiari I, quarto ventrículo estreito em forma de diamante, núcleo denteado em forma de ferradura fundido, ponto fastigial arredondado, incisura posterior do cerebelo e septo ausente, continuidade das fissuras e ventriculomegalia com cerebelo pequeno. No pré-natal, o RES deve ser considerado no contexto de estenose aquedutal ou ventriculomegalia. Já no pós-natal, o RES deve ser considerado conforme os achados supracitados. Dessa forma, a Ressonância Magnética (RM) constitui o exame de imagem padrão ouro no diagnóstico da RES, podendo ser realizada a partir do segundo trimestre gestacional quando já se identifica a ventriculomegalia e é possível o estudo de fossa posterior do cerebelo. Além disso, a RM também permite identificar anormalidades frequentemente associadas, tais como: fusão do tálamo e dos colículos inferiores, sinostose sutural, hipoplasia do sistema comissural e da via visual anterior, agenesia do lobo posterior da hipófise. É importante enfatizar que os planos coronal e axial são superiores para o diagnóstico do RES, pois um corte sagital na linha média do cerebelo pode ser confundido com um vérmis.
Descrição
Assim, a gravidade das manifestações clínicas e o prognóstico do RES dependem dos achados da fossa posterior e das anomalias associadas, sendo portanto, a RM importante na avaliação detalhada de cada defeito de desenvolvimento e possíveis síndromes associadas.
Palavras Chave
Romboencefalosinapsis; Cerebelo; Idade gestacional; Neuroimagem; Ressonância Magnética.
Área
Neurorradiologia
Autores
Cynthia Cardozo Lima, Lucas Mainardo Rodrigues Bezerra, Ana Maria Santos Cardoso, Pedro Oliveira Carvalho Neto, Carla Maria Soares Brito, Oswaldo Lima Almendra Neto, Glaciliane Moura Custódio Canário, Gabrielle Agostinho Rolim Marques