Dados do Trabalho


Título

Paralisia Facial Central - relato de caso

Introdução

A paralisia facial é uma patologia que pode ter origem em uma lesão do sistema nervoso periférico ou central. A lesão periférica é a causa mais comum desta paralisia, sendo a Paralisia de Bell a responsável por cerca de 70% dos casos, a qual é diagnóstico de exclusão. Apesar de pouco comum, acidentes vasculares encefálicos, neoplasias algumas doenças autoimunes encefálicas podem causar lesão do nervo facial, devendo ser considerado no diagnóstico diferencial inicial.

Descrição

Paciente feminina, 72 anos, procurou atendimento devido queixa de desvio de rima para a direita associada a turvação visual. Ao exame físico neurológico, paciente se encontrava vigil, lúcida e colaborativa, com mímica facial preservada, sem alterações sensitivas ou motoras. Como comorbidades, apresentava apenas Diabetes Melitos tipo 2 e hipertensão arterial sistêmica. Foi requisitada Ressonância Magnética de Crânio, mediante hipótese de síndrome neurovascular e microangiopatia diabética. A ressonância magnética evidenciou foco puntiforme de isquemia aguda no aspecto posterior à esquerda da ponte, adjacente ao assoalho do quarto ventrículo, na topografia do colículo facial. Prosseguiu-se investigação com angioressonância de crânio e pescoço sem contraste, que evidenciou doença aterosclerótica não sendo evidenciadas estenoses críticas nas artérias cervicais ou intracranianas. Com 4 dias de internação, paciente evoluiu resolução da turvação visual e do desvio de rima, negava outras queixas, apresentando critérios para alta hospitalar e seguimento ambulatorial.

Discussão

As causas mais comuns de paralisia do nervo facial são as de origem periférica, sendo a Paralisia Idiopática (Paralisia de Bell) a mais comum, correspondendo a 70% dos casos, com incidência de 10 a 40 por 100.000. Outras causas possíveis de paralisia do facial são traumas, decorrentes de fraturas envolvendo a parte petrosa do osso temporal, feridas faciais que cortam os ramos deste nervo ou mesmo lesão iatrogênica durante a cirurgia. Algumas infecções virais e bacterianas podem gerar essa alteração, bem como neoplasias e acidentes vasculares encefálicos.
As paralisias faciais podem ser subdivididas em aguda, subaguda e crônica; parcial ou total; e central ou periférica. A paralisia central ocorre por lesão do neurônio motor superior do 7º par craniano, enquanto a periférica por lesão do neurônio motor inferior do 7º par.
A depender da topografia ocorre variação na manifestação e no tratamento.

Palavras Chave

paralisia facial central; isquemia; acidente vascular cerebral; nervo facial; ressonância magnética.

Área

Neurorradiologia

Instituições

Hospital PUC Campinas - Celso Pierro - São Paulo - Brasil

Autores

Giulia Soares Gonçalves, João Eduardo Denadai Golfi, Bianca Tiemy Kretchetoff, Mariana Cavalcanti de Melo, Fábio Caprecci Cury